"Isto é o resultado, a pobreza aumentou, a fome aumentou, a situação é difícil, muito difícil. Não é normal o que estamos a passar agora", disse Liberty Chiaka aos jornalistas, instado a comentar o primeiro ano do segundo mandato de João Lourenço, reeleito nas eleições gerais de 24 de agosto de 2022 e investido no cargo em 15 de setembro do mesmo ano.
O dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) considerou que "o Presidente falhou, o executivo falhou", argumentando que "era suposto que a condição de vida dos angolanos, em 2023, um ano depois das eleições", fosse melhor da que tinham em agosto de 2022.
"É assim que a governação deve trabalhar, é assim que um Governo comprometido com o bem-estar das pessoas deve agir. Todas as medidas, toda a inteligência, energia, imaginação, criatividade, todo o engenho, devia ter sido empenhado para melhorar a condição de vida dos angolanos", frisou.
Segundo o deputado da segunda organização política de Angola, "infelizmente, a situação piorou".
"O normal seria termos agora mais empresas capacitadas, empoderadas, a trabalharem para a prosperidade das pessoas", sublinhou Liberty Chiaka, acusando o Governo de dar preferência a apenas quatro empresas na contratação de serviços.
"O que é que temos? Quatro empresas escolhidas a dedo pelo Governo, as únicas que fazem tudo e mais alguma coisa. Estão na construção, na alimentação, na restauração, estão em tudo, não é possível", criticou, salientando que, em contrapartida, "a maior parte das empresas deixam de ter oportunidades para ganhar projetos, terem dinheiro, aumentar o rendimento das empresas, das famílias e rendimento próprio".
O líder do grupo parlamentar da UNITA falou também da desvalorização da moeda nacional, o kwanza, que "nos últimos três, quatro meses, desvalorizou 80%".
"Toda a gente sabe disso, como é que vamos dizer que temos Governo nessas condições? Esta é a breve leitura que nós fazemos, com muito pesar, da nossa condição social e económica muito difícil, dolorosa", acrescentou.