Na nota de imprensa, a embaixada destaca o “passado militar distinto” de “Onambwe” na luta pela independência nacional.
Nascido em Porto Amboim, na província de Cuanza Sul, “Onambwe” subscreveu em 1974 a proclamação das FAPLA – Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, ano em que participou na preparação da conferência Inter-Regional, que decorreu no Lundoge, na Frente Leste, onde foi eleito membro do Comité Central do MPLA e mais tarde nomeado Secretário do Comité Central para a Informação (DOR).
Após a assinatura do cessar-fogo com o Governo português, “Onambwe” leu no Estádio da Cidadela, em Luanda, em 09 de agosto de 1974, a declaração que o MPLA dirigiu à população de Luanda e na qual se assumiu como a força mais bem preparada para governar Angola.
Após os Acordos de Alvor, “Onambwe”, por indicação da direção do MPLA, foi nomeado secretário de Estado do Interior no Governo de transição, cargo que desempenhou “até à expulsão da FNLA e retirada da Unita de Luanda”, passando a ocupar interinamente o cargo de ministro do Interior até à proclamação da independência nacional, em 11 de novembro de 1974, recorda-se na nota de imprensa.
“Nas vésperas da proclamação da independência nacional, foi encarregue de executar o desenho da bandeira nacional, que conhecemos e respeitamos como símbolo nacional, bem como da insígnia do país”, lê-se na nota.
Foi eleito em dezembro de 1977, no I Congresso do MPLA, para o Comité Central, sendo também membro suplente do Bureau Político e membro do Secretariado do partido.
Em 1977, Henrique Santos (Onambwé) como responsável do temido Departamento de Investigação de Segurança de Angola (DISA) foi uns dos carrascos e responsável máximo com Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Rodrigues João Lopes (Ludy Kissassunda) nas torturas e assassinatos de milhares de angolanos.
Em 1979, por indicação da direção do partido, foi eleito secretário para o Departamento dos Órgão Estatais e Judiciais do MPLA, cargo que desempenhou até 1985.
“Ao longo da sua carreira militar, desempenhou diversos e importantes cargos de chefia, destacando-se o de comandante da Sub-Região Norte da III Região Político Militar/Frente Leste”, destaca-se na nota, sublinhando que na sua trajetória política “sobressai a participação na institucionalização dos órgãos do poder popular e da respetiva Assembleia do Povo, da qual foi membro pelo círculo da Cahama-Cunene”.
Desempenhou depois o cargo de ministro da Indústria, até à extinção deste departamento governamental em 1989.
“A partir de 1990, desempenhou várias tarefas ligadas a atividades particulares nos ramos das pescas e das minas”, adianta a nota, que conclui com a informação da sua passagem à reserva em 07 de outubro de 1992, com o grau de major-general das FAPLA, tendo sido promovido em 1995 a tenente-general das Forças Armadas Angolanas e reformado em 31 de dezembro de 1998 como general.
O funeral realizar-se-á em Luanda em data a indicar, segundo informação da família.