"O Presidente João Lourenço é alguém que está a combater a corrupção, vemos que fez progressos significativos, percebe muito bem o veneno que a corrupção representa para o desenvolvimento e para a criação de oportunidades, e está a dar passos muito concretos para a combater", disse o governante norte-americano, equivalente a ministro dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus, respondendo à pergunta se considerava Lourenço mais confiável que o antecessor, José Eduardo dos Santos.
Em entrevista ao Africa Report em Lagos, na Nigéria, em francês, Antony Blinken defendeu também que o combate à corrupção passa por, "ao mesmo tempo, criar um sistema mais aberto para verdadeiramente combater a corrupção, dando um papel maior e com mais espaço à sociedade civil e aos meios de comunicação social, que têm um papel crítico para expor e combater a corrupção".
Para Antony Blinken, o Presidente de Angola "tem um papel muito importante ao tentar, através da diplomacia, gerir as crises no leste da República Democrática do Congo e no Ruanda, onde o processo estabelecido por João Lourenço é muito importante para tentar encontrar uma solução diplomática e não através da guerra".
Por isso, acrescentou, o país lusófono africano "é um país parceiro cada vez mais importante, esteve no ano passado na Casa Branca e o Presidente, [Joe] Biden, pediu para acompanharmos o processo, e é essa a razão desta visita a Angola", concluiu o governante norte-americano, no último dia da visita a quatro países africanos: Cabo Verde, Nigéria, Angola e Costa do Marfim.
Sobre o corredor do Lobito, um projeto de infraestrutura ferroviária que atravessa África de Angola à Tanzânia, passando pela Zâmbia, Blinken disse que "é muito importante para África ter este projeto, não só por facilitar o transporte e a comunicação, mas também porque potencia o mercado interno", nomeadamente no contexto da implementação do acordo de livre comércio no continente.
"Falta a África explorar o mercado interno, é uma oportunidade que falta concretizar, porque os países africanos fazem mais trocas comerciais com o mercado externo do que entre eles próprio, e com as infraestruturas necessárias haverá um crescimento económico muito maior no futuro", concluiu o governante na entrevista ao Africa Report.