Em comunicado, o Conselho Presidencial da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), a terceira força política do país, refere que tem estado a acompanhar "com minúcia" todo o processo de escrutínio e apuramento provincial dos resultados eleitorais.
Nos últimos dias, vários comissários da CNE e dos seus órgãos provinciais têm assumido uma posição de distanciamento dos resultados provisórios divulgados pelos órgãos centrais, por alegarem violar a lei, com supostas ilegalidades ao processo de escrutínio.
A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse no final da plenária de hoje que o órgão eleitoral angolano vai instaurar um inquérito para analisar o comportamento de alguns comissários nacionais e provinciais, que têm assumido "uma conduta desviante" dos princípios reitores do órgão eleitoral.
No seu comunicado, enviado à Lusa, a CASA-CE manifesta solidariedade com todos os mandatários e comissários afetos ao processo eleitoral, condenando e repudiando "com veemência" a ameaça da CNE, de promover processos disciplinares contra os membros do órgão eleitoral.
A CASA-CE classifica a conduta daqueles comissários como sendo "patriótica e exemplar" na salvaguarda dos preceitos democráticos, denunciando "irregularidades verificadas na divulgação dos falsos resultados eleitorais provisórios".
No seu trabalho de verificação do escrutínio e apuramento provincial, aquela coligação informa que na província do Bengo não foi feito escrutínio, mas o apuramento provincial foi concluído, pelo que os resultados não foram aceites, enquanto em Benguela apenas hoje se iniciou o processo de escrutínio e apuramento.
Ainda assim foram avançados resultados provisórios na sexta-feira, pela CNE, dando a vitória ao MPLA, com 61% dos votos.
Relativamente às províncias de Luanda, Bié, Huambo, Cuanza Sul, Moxico, Namibe e do Cunene, a CASA-CE diz que não foi feito escrutínio mas o apuramento provincial foi concluído. Contudo, o resultado não foi aceite pelos representantes da coligação.
Esta coligação de seis partidos diz ter sido feito o escrutínio e concluído o apuramento provincial nas províncias de Cabinda e Uíge, cujos resultados foram aceites pela CASA-CE.
Já nas províncias da Huíla e Cuanza Norte o escrutínio foi efetuado, mas com muitas irregularidades constatadas, tendo o apuramento provincial sido concluído, todavia, os resultados não foram aceites.
O Conselho Presidencial da CASA-CE apelou à CNE a conduzir com rigor e imparcialidade o processo eleitoral e para instarem os seus órgãos provinciais a realizarem o escrutínio e apuramento provincial de acordo com a lei.
O apelo vai igualmente para os angolanos no sentido de se "manterem firmes, vigilantes e serenos e que não se deixem intimidar pelos comunicados intimidatórios e atentatórios à estabilidade e harmonia sociais, divulgados pelos órgãos de comunicação social públicos e alguns privados".