Joe Biden tinha prometido visitar África em 2023, continente onde se trava uma luta pela influência entre os gigantes China, Rússia e Estados Unidos, mas tal não aconteceu.
A visita oficial a Angola esteve agendada para esta semana, de 13 a 15 de outubro, mas na semana passada a Casa Branca anunciou o adiamento, justificando com os impactos de furacões que afetavam várias regiões norte-americanas.
Nessa declaração, assinada pela porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, referia-se “adiamento” da visita mas sem dar indicação de nova data. Hoje, num encontro regular com a imprensa, Karine Jean-Pierre disse que a visita a Angola foi reagendada para a primeira semana de dezembro.
“O valor de alianças e parcerias fortes em defesa da liberdade nunca ressoou tanto na Europa, em África e não só. Estas visitas demonstram o empenho inabalável do Presidente em revitalizar estas relações para a nossa segurança e prosperidade partilhadas”, indicou a porta-voz, referindo-se também à deslocação de Biden à Alemanha.
Tal como anunciado em setembro, será a sua primeira visita a África desde que chegou ao poder, há quase quatro anos.
Quando foi anunciada a primeira data da deslocação a Angola, Washington disse que esta tem por objetivo reforçar parcerias económicas e assinalar o avanço da primeira rede ferroviária transcontinental de acesso livre em África, numa referência ao projeto do Corredor do Lobito.
“O Presidente Biden deslocar-se-á a Luanda, Angola, onde se reunirá com o Presidente angolano, João Lourenço, para discutir uma maior colaboração em prioridades partilhadas, incluindo o reforço das nossas parcerias económicas, que mantêm as nossas empresas competitivas e protegem os trabalhadores", indicou na altura Karine Jean-Pierre.
Nesta visita a Angola, adiantou, será formalizado o projeto da "Parceria para as Infraestruturas e o Investimento Globais (PGI)" do G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos), que pretende criar a primeira rede ferroviária transcontinental de acesso livre em África, que começa na cidade angolana do Lobito e acabará por ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Índico, passando pela República Democrática do Congo e pela Zâmbia.
Outros temas em cima da mesa serão o reforço da democracia e do envolvimento cívico, a intensificação da ação em matéria de segurança climática e de transição para as energias limpas e o reforço da paz e da segurança, indicou.
"A visita do Presidente a Luanda [que será a primeira de um chefe de Estado norte-americano a este país africano lusófono] celebra a evolução da relação entre os EUA e Angola, sublinha o compromisso contínuo dos Estados Unidos para com os parceiros africanos e demonstra como a colaboração para resolver desafios partilhados é benéfica para o povo dos Estados Unidos e de todo o continente africano", explicou a porta-voz na altura. Biden será o primeiro Presidente norte-americano a visitar a África subsariana desde que o então Presidente Barack Obama se deslocou ao Quénia e à Etiópia, em 2015.