Membros da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação das Vítimas de Conflitos (CIVICOP) visitam, na próxima semana, um local secreto onde foram encontradas ossadas das vítimas do "27 de Maio de 1977", para a posterior exumação dos restos mortais.
O Governo angolano prevê entregar, esta semana, às primeiras famílias, restos mortais de pessoas que morreram durante os conflitos políticos registado no país entre 1975 e 2002, informou hoje o coordenador do processo.
O Bureau Político do MPLA, partido no poder em Angola, exortou hoje os angolanos a imbuírem-se do espírito de reconciliação e perdão ao próximo, depois do perdão apresentado pelo Governo pelos conflitos políticos do país.
O Governo angolano entregou hoje os três primeiros certificados de óbito a familiares de vítimas de conflito político entre 11 de novembro de 1975 e 04 de abril de 2002, num ato que marca o perdão e a reconciliação.
Um dos órfãos do 27 de Maio, João Van Dunem (na foto), aguarda "serenamente" os restos mortais dos seus pais, salientando que a promessa do Presidente angolano vai ao encontro das preocupações dos filhos das vítimas da alegada tentativa de golpe.
O Presidente angolano, João Lourenço, pediu hoje desculpas em nome do Estado angolano pelas execuções sumárias levadas a cabo após o alegado golpe de 27 de maio de 1977, salientando que se trata de "um sincero arrependimento".
O representante do MPLA na comissão de reconciliação das vítimas dos conflitos em Angola disse hoje que todas as contradições relativas ao 27 de maio foram ultrapassadas, e acusou “gente de fora” de recusar o perdão.
Sobreviventes do 27 de Maio apelaram hoje ao Presidente angolano para inverter o caminho “sem sentido” do processo de reconciliação em torno do alegado golpe, ocorrido há 44 anos, que consideram “uma encenação" para "fazer esquecer o passado".
A Plataforma 27 de Maio, que congrega sobreviventes e órfãos do alegado golpe de Estado, acusa o Governo angolano de “encenar” uma homenagem às vitimas com fins de propaganda e anunciou a desvinculação da Comissão de Reconciliação.
O Governo angolano vai realizar pela primeira vez, em 44 anos, uma cerimónia para assinalar o 27 de Maio, uma alegada tentativa de golpe de Estado, que deverá reunir sobreviventes e órfãos, de acordo com o programa governamental.