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Agente do SME decapitado por rebeldes congoleses

Post by: 28 Abril, 2017

Incidente na fronteira entre Lunda-Norte e a Repúblcia Democrática do Congo teria originado a morte de um funcionário do Serviço de Migração e Estrangeiros que acabou decapitado por milícias afectas à etnia baluba.

O incidente teria ocorrido no dia 22 de Março, no posto fronteiriço do Itanda, na Lunda-Norte, mas a informação teria sido entretanto sonegada pelas autoridades locais, que omitiriam igualmente a morte de Milu Pedro Chicanda, agente dos Serviços de Migração e Estrangeiros (SME), decapitado no local, após uma investida protagonizada pela milícia "kamona sapo", de etnia baluba, proveniente da RDC.

Relatos chegados ao Novo Jornal apontam que, nos dias 17, 18 e 20 de Março, um grupo de indivíduos congoleses, maioritariamente desertores das forças de defesa e de segurança da RDC, supostamente em consequência da falta de pagamento de salários e da situação de incerteza política prevalecente naquele país vizinho, teriam se dirigido à fronteira angolana de Itanda.

O Novo Jornal soube de fonte local que seriam estas milícias responsáveis pelo novo fluxo de refugiados que atravessam a fronteira angolana à procura de protecção, devido aos ataques rebeldes.

O aparecimento desses grupos rebeldes teria forçado o recuo das próprias forças de defesa e segurança da RDC e levado a que as populações fizessem caminho em direcção a Angola.

Agente dos SME apanhado em contramão

Segundo Nafoia, que cita fontes locais, à data da investida das milícias, dois agentes da Polícia de Guarda Fronteira foram feitos reféns, depois de terem sido desarmados.

Na sequência da fuga desses agentes, um terceiro elemento, agente do Serviço de Migração e Estrangeiro, que não se encontrava de serviço na altura, foi decapitado com golpes de catana e o corpo abandonado no local.

Milu, de 39 anos, natural do Dundo, segundo Joaquim Nafoia e confirmação por um membro da família, teria ido ao local fazer uma cobrança de valores monetários a um amigo, quando foi apanhado na emboscada das milícias “kamona sapo”.

Milicianos mortos

Na fuga, os rebeldes teriam levado as armas de dois agentes da Polícia de Guarda Fronteira. No dia seguinte, 23 de Março, os mesmos milicianos teriam tentado uma nova investida, esta entretanto viria a ser reprimida pelas forças de defesa e segurança angolanas. A reação teria deixado quatro rebeldes mortos no terreno, entre os quais um conhecido “chefe de operações” conhecido simplesmente por Feli.

Governador desmente fuga

Esta semana, o governador da Lunda-Norte foi obrigado a vir a público fazer um desmentido na sequência de informações postas a circular segundo as quais Ernesto Muangana, dada a proximidade com a zona de instabilidade, se teria mudado para a cidade do Luena, onde passaria as noites.

Em entrevista à Voz da América, o governador da Lunda-Norte desmentiu informações avançadas por moradores no Dundo de que passaria as noites na cidade do Luena, no Moxico, devido à situação de tensão na fronteira entre Angola e a República Democrática do Congo (RDC).

Apesar de reconhecer a existência de escaramuças, o governador disse que estas ocorrem na fronteira e que a segurança das comunidades está garantida.

Refutou igualmente situações de insegurança na província.

Governador confirma número de refugiados

As declarações de Ernesto Mwangala, de acordo com a Voz da América, resulta de recentes denúncias sobre a situação conflituosa que decorre ao longo da fronteira do Dundo com a RDC, onde as chamadas “milícias extraterrestres” do país vizinho, segundo as nossas fontes, se encontram a 18 km da capital da Lunda-Norte, causando um clima de insegurança.

O governador da província confirmou igualmente o número de 11.151 refugiados provenientes RDC e reassentados nas cidades do Dundo e Cambulo. Muangala descartou qualquer envolvimento de Angolanos conflitos.

NJ

Last modified on Sábado, 29 Abril 2017 12:33

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