O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Geraldo Sachipengo Nunda, anunciou que está em condições de se reformar, por já ter completado 65 anos de idade.
O anúncio do general, naquelas funções desde 2010, para as quais foi indicado por José Eduardo dos Santos, na altura Presidente da República e Comandante-em-Chefe das FAA, foi feito na quarta-feira, em Luanda, precisamente na cerimónia de passagem à reforma de 15 oficiais generais.
"A lei das forças armadas, a lei do serviço militar, diz que os oficiais generais são reformados aos 55 anos, o chefe do Estado Maior General aos 58 ou 60 anos, mas nós estamos a nos reformar com 65 anos. E eu sou um candidato para a reforma, porque já fiz 65 anos no mês de setembro", disse o general.
A nomeação do próximo chefe do Estado-Maior General das FAA, a confirmar-se o pedido de reforma de Geraldo Sachipengo Nunda, compete ao Comandante-em-Chefe e Presidente da República, cargo ocupado desde 26 de setembro por João Lourenço.
Nascido a 13 de setembro de 1952 em Nharaa, província do Bié, Geraldo Sachipengo Nunda abandonou as forças armadas da UNITA em janeiro de 1993, incorporando-se nas FAA onde desempenhou, pouco depois, as funções de conselheiro do chefe do Estado-Maior da instituição.
Na cerimónia de quarta-feira, passaram à reforma oficiais-generais da FAA com mais de 40 anos de serviço, no caso dois generais, quatro tenentes-generais, sete brigadeiros e dois contra-almirantes.
"Devemos partir com um sentimento de missão cumprida, com um sentimento de orgulho por termos servido o melhor possível o nosso país", disse ainda o general Nunda, na mesma ocasião.
A Lusa noticiou em setembro que o mandato das chefias da polícia e dos serviços de informações angolanos, de quatro anos, iniciou-se naquele mês, por determinação do então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, quando estava já a poucos dias de deixar o poder.
Em causa está um decreto presidencial de 11 de setembro, que determina para o mesmo dia o início do mandato das várias chefias já em funções, excetuando o do chefe do Estado-Maior General das FAA e adjuntos, bem como os comandantes dos ramos das forças armadas.
A decisão de José Eduardo dos Santos, que duas semanas depois daria lugar a João Lourenço, como novo Presidente angolano, surgiu já ao abrigo da polémica nova lei de bases sobre os mandatos das chefias das FAA, Polícia Nacional e dos órgãos de informações e de segurança do Estado, contestada pela oposição, que alega condicionar o novo Presidente saído das eleições gerais de 23 de agosto.
A nova lei define que a nomeação é por quatro anos, prorrogáveis por igual período, limitando as substituições.
Já no decreto de 11 de setembro, é determinado o início do mandato do comandante-geral e segundos comandantes da Polícia Nacional de Angola, do diretor-geral e diretores-gerais adjuntos do Serviço de Inteligência Externa, do chefe e adjuntos do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, e do chefe e adjuntos do Serviço de Inteligência e Segurança Militar.