Em causa está uma participação feita por aquele sindicato, a 12 de março, na Procuradoria, acusando o diretor provincial, André Soma, de abuso de poder e obstáculo ao exercício da atividade sindical, bem como de "corrupção e nepotismo".
Num ofício enviado, entretanto, à Procuradoria-Geral da República, ao qual a Lusa teve hoje acesso, a direção do SINPTENU informa o gabinete do procurador que a queixa "fica sem efeito", visto que o gabinete provincial da Educação de Luanda "já repôs a legalidade", solicitando por isso "a arquivação do processo", anexando a "ata de entendimento entre as partes".
A 13 de março, em declarações à Lusa, o diretor provincial da Educação de Luanda rejeitou as acusações daquele sindicato, considerando-as "caluniosas e infundadas", e afirmou-se "tranquilo", caso seja notificado.
"Não sei nada, não passam de calúnias infundadas e estamos preparados para vencer mais esta etapa. É próprio e quem está na chuva molha-se, nós somos servidores públicos e se calhar não agradamos a todos e é normal", disse André Soma.
O dirigente afirmou que a sua gestão de há 21 anos "não é danosa", assegurando, então, que "deve haver uma outra fundamentação", mas manifestando abertura para o diálogo com o SINPTENU.
"Tranquilizo a população que eu não estou a fazer gestão danosa, por isso é que estou há 21 anos nesta casa e toda a minha gestão é acompanhada por tudo e por todos, pelos órgãos competentes que acompanham a atividade", sublinhou.
Em nota de imprensa enviada à Lusa, o SINPTENU informou a 12 de março que a participação criminal contra o diretor provincial de Educação de Luanda, André Soma, entrou na Procuradoria angolana, com acusações ainda de "corrupção e nepotismo".
Segundo o documento, assinado por Zacarias Jeremias, secretário-geral daquele sindicato, o diretor de Educação de Luanda terá pago uma avultada quantia em dinheiro a um grupo de membros para "desestabilizarem o sindicato".
O comunicado, aludindo à queixa formalizada segunda-feira, enumera ainda várias práticas supostamente orientadas pelo diretor de Educação de Luanda, com o propósito de criar instabilidade ao SINPTENU, entre elas a "legitimação de um professor expulso do sindicato por conduta indecorosa por ele financiada".