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Professores do Bengo retomam negociações para travar greve

22 Mai, 2017

As autoridades da província angolana do Bengo agendaram encontros negociais para terça e quarta-feira com os professores que pretendiam hoje paralisar as aulas, protestando contra "intimidações" da direção de Educação e reclamando pagamentos em atraso.

A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo porta-voz do Sindicato Provincial dos Professores (Sinprof), Mbaxi Paulino, afirmando que as resoluções desses encontros serão analisadas na assembleia-geral da classe, marcada para sexta-feira, encontro durante o qual decidem se "avançam ou não" com nova paralisação no ensino geral a 29 de maio.

O Sinprof no Bengo conta com 2.372 professores filiados, num universo de 3.722 professores que lecionam na província.

"Temos um encontro na secretaria do governo da província na terça-feira e o outro com a direção provincial de Educação na quarta-feira. São encontros negociais e só por essas duas razões é que hoje não paralisamos com as aulas. Decidimos dar um benefício de dúvida para as questões que nos vão trazer", disse.

De acordo com o sindicalista, apesar dos professores no Bengo já se encontrarem em "estado de saturação com as promessas vindas da entidade patronal", o Sinprof vai participar ativamente nesses encontros e na sexta-feira a assembleia vai deliberar sobre a realização de uma greve.

Alegadas dívidas de 2016, intimidações e exonerações de doze coordenadores de disciplina durante a greve nacional dos professores que decorreu em abril e maio constam entre as reivindicações da classe docente do Bengo, explicou ainda Mbaxi Paulino.

Uma marcha de protesto foi já realizada no dia 13 de maio, "pedindo a demissão do diretor de Educação e o pagamento das dívidas", referentes a pagamentos e contribuições.

O porta-voz do Sinprof no Bengo adiantou que os professores não descartam recorrer às instâncias judiciais para verem os seus direitos salvaguardados.

Mbaxi Paulino acusou ainda o diretor de Educação do Bengo de fomentar na província ações de compadrio, intrigas, nepotismo e intimidações no setor que dirige.

"Nepotismo é uma palavra muita pesada. Não sei se alguma vez pensei que seria acusado de nepotismo o que desde já não é verdade", disse à Lusa o diretor de Educação da província do Bengo, António Quino.

O responsável negou as acusações e garantiu estar "em curso o pagamento das dívidas de mais de 2.000 professores", referentes a 2007 e cuja regularização arrancou em outubro passado.

"De 2007 até ao presente momento houve variações salariais e do câmbio. Então, este é um processo um bocadinho moroso porque tem que se ajustar o valor com o diferencial que o professor tem a receber", admitiu António Quino.

O ano letivo de 2017 em Angola arrancou oficialmente a 01 de fevereiro, com quase 10 milhões de alunos nos vários níveis de ensino, decorrendo as aulas até 15 de dezembro.

Em Angola os professores paralisaram as aulas de forma interpolada entre 05 e 07 de abril. A segunda fase da paralisação teve início a 25 de abril e deveria prolongar-se até 05 de maio, mas foi suspensa no quadro das negociações entre o Sindicato Nacional dos Professores Angolanos e o Ministério da Educação.

LUSA

Last modified on Terça, 23 Mai 2017 22:47

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