A informação foi avançada hoje à agência Lusa pelo porta-voz provincial do Bengo do Sindicato dos Professores (Sinprof), Mbaxi Paulino, afirmando que a decisão da paralisação foi deliberada em assembleia provincial de professores e que a greve será por "tempo indeterminado".
Sobre os pagamentos em atraso, que envolverão cerca de 2.000 docentes, o sindicalista acrescentou que a direção provincial de Educação do Bengo tinha assumido o compromisso de liquidar os valores em atraso até 21 de abril, mas isso não aconteceu.
Além disso, pretendem protestar contra a retirada da quota sindical e contra a exoneração de 12 coordenadores de disciplina, afastados, afirma, por terem aderido às duas fases da greve nacional que decorreram em abril, também convocada pelo Sinprof.
Ainda de acordo com o porta-voz do sindicato, na última semana, a direção de Educação da província do Bengo convocou os professores para um encontro negocial que não foi bem-sucedido.
"Fomos para este encontro e infelizmente não houve consenso, daí que mantemos a ideia de segunda-feira paralisarmos as aulas em toda a província, numa greve por tempo indeterminado até que se resolvam por completo as três questões", adiantou.
Contactado hoje pela Lusa, o diretor de educação da província do Bengo, António Quino, prometeu uma reação para as próximas horas.
Na província do Bengo, segundo Mbaxi Paulino, as dívidas para com a classe docente datam de outubro de 2016. Uma marcha de protesto foi já realizada no dia 13 de maio, "pedindo a demissão do diretor de Educação e o pagamento das dívidas", referentes a pagamentos e contribuições.
Mbaxi Paulino acusou ainda anteriormente o diretor de Educação do Bengo de fomentar na província ações de compadrio, intrigas, nepotismo e intimidações no setor que dirige.
O responsável negou na altura as acusações e garantiu estar "em curso o pagamento das dívidas de mais de 2.000 professores", referentes a 2007 e cuja regularização arrancou em outubro passado.
"De 2007 até ao presente momento houve variações salariais e do câmbio. Então, este é um processo um bocadinho moroso porque tem que se ajustar o valor com o diferencial que o professor tem a receber", admitiu António Quino.
O ano letivo de 2017 em Angola arrancou oficialmente a 01 de fevereiro, com quase 10 milhões de alunos nos vários níveis de ensino, decorrendo as aulas até 15 de dezembro.
Em Angola os professores fizeram greve de forma interpolada entre 05 e 07 de abril e depois a 25 de abril, paralisação que deveria prolongar-se até 05 de maio, mas foi suspensa no quadro das negociações entre o Sinprof e o Ministério da Educação.
LUSA