Após uma denúncia, a Polícia, em cooperação com os Serviços de Investigação Criminal, conseguiu deter o homem de 65 anos de idade. Segundo o porta-voz da Delegação do Interior no Bié, José Daniel Capingala, o caso já está encaminhado ao Ministério Público, cumprindo-se nesta altura a tramitação processual de rotina. O suposto pastor incorre no crime de contrabando de diamantes.
“O processo está tipificado como tráfico ilícito de diamantes, pois o individuo foi detido na posse de 543 pedras, mais conhecidas por lucenguinhas. O implicado tinha ainda em sua posse 400 dólares americanos. Ele afirmou que as pedras seriam vendidas a um cidadão estrangeiro que se encontra em lugar incerto”, afirmou o porta-voz da Delegação do Interior no Bié, esclarecendo ainda que o cidadão é um suposto pastor da igreja IESA.
Em reacção, o pastor provincial da IESA no Bié garantiu que António Daniel não exercia a função de pastor, mas simplesmente a de organizador de culto. “Ele não é pastor. É realmente nosso membro, mas é apenas encarregado de culto. Não exerce nem foi consagrado pastor”, afirmou em entrevista à rádio pública no Bié.
A direção da Igreja demarca-se do presumível crime praticado pelo seu membro na comuna do Dando. O pastor da IESA Bartolomeu Cassapa reiterou que, apesar de ser membro da instituição religiosa, António Daniel não faz parte do clero.
“Não se trata de um pastor. É apenas encarregado do culto. Na nossa hierarquia, temos encarregados de culto, aqueles que não têm formação, catequistas, evangelistas, diáconos e pastores”, esclareceu.
Entretanto, Teresa Baca, administradora comunal do Dango, desmente o clérigo e assegura que o elemento em questão é mesmo pastor. “António Daniel é mesmo pastor da IESA em pleno exercício aqui na comuna”.