Ricardo de Abreu, que falava na Assembleia Nacional, à margem da aprovação, na generalidade, da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto para 2019, afirmou que houve negociações sobre 18 dos 19 pontos do caderno reivindicativo, faltando discutir o tema do aumento salarial.
Trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 18 de abril, a segunda paralisação que realizam depois da primeira, em janeiro, para exigir melhorias nas condições de trabalho e salarial, que tem como principal divergência o aumento em 80% dos vencimentos.
O ministro referiu que as partes chegaram a acordo sobre o tema do aumento salarial, tendo negociado uma proposta de solução que, necessariamente, passará por se conseguir "ter o comboio a trabalhar".
"Portanto, o comboio se não trabalha não gera receitas, se não gera receita não se criam os benefícios para os colaboradores, a plataforma é essa. Agora não podemos é estar de acordo e alinhados com comportamentos que são profundamente condenáveis do ponto de vista de alguns destes colaboradores que reivindicam melhores condições salariais", frisou Ricardo de Abreu.
Questionado sobre qual a solução para a situação, Ricardo de Abreu respondeu que a mesma "vai ser encontrada em breve".
"Para haver melhores condições salariais ou melhoria de vida de qualquer colaborador é preciso que os comboios funcionem, é preciso que haja um aumento das receitas e é preciso que toda a gente ajude para isso", reiterou o governante.
"Se nós não estivermos com este espírito e, pelo contrário, tivermos a destruir aquilo que são as condições essenciais para beneficiar os colaboradores, não temos hipótese de o fazer", reforçou.
O titular da pasta dos Transportes em Angola apontou a necessidade de se retomar a atividade normal do Caminho-de-Ferro de Luanda para se ir fazendo "aumentos progressivos dos salários e, eventualmente, para aquelas camadas que são as mais necessitadas".
Instado a pronunciar-se sobre ameaças de despedimento referidas pela administração do Caminho-de-Ferro de Luanda, Ricardo de Abreu foi perentório em afirmar que "se tiver de haver, vai fazer-se".
"Agora, se todos estivermos a ajudar a recuperação da empresa e a capacidade da empresa de, na prática, beneficiar os colaboradores que queiram ajudar, é óbvio que poderemos não ter situações destas tão radicais", adiantou.