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Ativistas libertados em Luanda após cumprirem 45 dias de cadeia

Post by: 08 Junho, 2017

Os jovens ativistas angolanos condenados a 45 dias de prisão efetiva na sequência de uma manifestação antigovernamental realizada a 17 de abril foram hoje libertados, após cumprirem pena, confirmou à Lusa o Conselho Nacional dos Ativistas de Angola.

De acordo com o secretário-geral daquela organização, António Kissanda, os ativistas foram libertados ao final da tarde nas prisões de Calomboloca, a 70 quilómetros de Luanda, Caquila, 40 quilómetros, e da Comarca de Viana, arredores do centro da capital angolana.

Ainda segundo António Kissanda, entre os ativistas libertados contam-se três são irmãos e um músico de intervenção e, "durante o encarceramento, alguns contraíram doenças várias".

"Foram 53 dias de muita tortura psicológica de muito sofrimento, de muita humilhação e distante da família. Mas nem com estas prisões arbitrárias nós vamos recuar. Vamos continuar com a nossa convicções e não vamos parar", disse ao início da noite à Lusa o músico Adão Bunga "MC Life", um dos sete ativistas libertados.

Foram ainda libertados David Saley, Paulo Mabiala "DMX", António Mabiala, Mário André, Nzunzi Zacarias Mabiala "Luston" e Valdemar Aguinaldo "27 de maio", todos com idades entre os 25 e os 35 anos.

Os sete foram condenados a 19 de abril, pelo tribunal de Cacuaco, a penas de 45 dias de prisão efetiva, por resistência às autoridades, dois dias antes, contra alegadas irregularidades no processo de registo eleitoral, que antecedeu as eleições gerais de agosto, mas também para alertar para as dificuldades dos jovens daquele município da capital, nomeadamente a falta de emprego.

Foram detidos na manifestação realizada a 17 de abril e três dias depois começaram a cumprir pena, na cadeia de Comarca de Viana.

Foram ainda condenados a pagar, cada um, multas de 65.000 kwanzas (365 euros), indicou António Kissanda, acrescentando que se trata de estudantes universitários, músicos de intervenção e ativistas.

"O grupo que se estava a manifestar era maior, mas quando a polícia os levou eram oito. Entretanto, no outro dia, durante o transporte da esquadra da polícia para o tribunal, um dos elementos conseguiu fugir e foram condenados sete", explicou anteriormente secretário-geral do Conselho Nacional dos Ativistas de Angola.

Foram condenados à revelia e, por não terem assistência jurídica, a condenação não foi alvo de recurso, indicaram os ativistas.

"Resistimos à força que a polícia nos apresentou, porque é um direito na nossa Constituição. Não somos criminosos para fugir, esperávamos que a polícia estivesse lá para nos proteger", disse na altura António Kissanda.

LUSA

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