Má notícia para quem já não suporta lidar com as moscas que, nos últimos meses, um pouco por toda a Luanda, «tomaram de assalto» casas, locais de trabalho e espaços de lazer: elas poderão «fazer-nos companhia» até Junho. A previsão é de Rosa Pacavira, especialista em Entomologia, a área da Biologia que estuda os insectos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio-ambiente.
"Elas [as moscas] aparecem com as altas temperaturas e, como estamos em época quente, o surgimento delas é maior", explica a estudiosa, que avança que outro factor causador da "praga" que assola a capital são os elevados amontados de lixo em estado de putrefacção que se regista na capital.
Entretanto, enquanto não chega o sexto mês do ano, várias são as peripécias por que passam os citadinos obrigados a «conviver» com estes insectos que chegam a medir até oito milímetros de comprimento, residindo em locais imundos e podendo carregar mais de 300 bactérias nocivas à saúde, numa vasta lista de doenças como diarreias, pneumonias, febre tifóide, cólera ou esterilidade.
Por isso, no combate à praga, há quem tenha optado por substituir os habituais frascos de insecticidas por métodos mais duros. Por exemplo, Roseane Ferreira, moradora do bairro Socola, no distrito do Sambizanga, admite já ter limpado o chão com água e petróleo, tal era o "aperto" por que passava devido à praga de moscas.
"Nos primeiros dias que comecei a notar a presença de moscas em casa, comprava insecticidas para combatê-las, tapava os charcos de água, mas quase não tinha êxito", recorda, lamentando que em plena capital se tenha de passar por situações tão constrangedoras, sobretudo no horário das refeições. NJ