Fonte bem posicionada justificou a medida com o que chama de “ausência” do arguido, mas a defesa fala em falta de notificação para o julgamento do caso.
O mandado de detenção, assinado pelo juiz de Direito António José Santana, não faz menção a crimes, facto que tem alimentado críticas da parte da defesa de Rasgado, que responde por suposta calúnia e difamação na abordagem da apreensão de equipamentos para construção civil entregues a uma operadora privada.
No fim da tarde já depois de ter sido tirado de casa por agentes da Polícia Nacional, o jornalista encontrava-se no Serviço de Investigação Criminal (SIC), de onde pode ter seguido já para a cadeia do Cavaco, arredores da cidade de Benguela.
A defesa, liderada pelo advogado José Faria, trabalhava para evitar este cenário, na expectativa de protestar junto do Tribunal na segunda-feira, 26
“O senhor Rasgado não foi notificado para julgamento nenhum, primeiro. O mandado não faz menção às razões da detenção”, resumiu Faria.
Foram também estas, de resto, as palavras de Francisco Rasgado no breve contacto com a VOA a partir do SIC, já depois de ter estado no Tribunal de Comarca, sem ter sido ouvido.
A VOA não conseguiu obter a versão do advogado de Rui Falcão, agora secretário para informação e propaganda do Bureau Político do MPLA, Luciano Elias.
O equipamento para construção civil, distribuído pelo Governo central, chegou a ser apreendido pela Procuradoria-geral da República (PGR) suspeita de fraude na adjudicação à firma CCJ, que também apresentou queixa contra o jornalista.
As máquinas viriam a ser devolvidas à operadora em causa, tal como noticiado pela VOA.