Iniciada a 30 de Abril último e com término previsto para Setembro, a empreitada nas respectivas lagoas visa, essencialmente, evitar inundações das residências circunvizinhas, na época chuvosa, assim como melhorar a qualidade de vida daquelas famílias.
Sobre o assunto, a administradora municipal adjunta para as áreas Técnica, de Infraestrutras e Serviços Comunitários, Madalena Fernando, avançou que as obras permitirão ainda desenvolver um projecto de aquicultura nas duas bacias.
Em entrevista à ANGOP, nesta terça-feira, a responsável explicou que com a criação de peixe nos referidos espaços se pretende potenciar economicamente a comunidade, com fontes de auto-subsistência para os moradores locais.
Quanto ao realojamento de famílias na Urbanização do Kalawenda, apontou a falta de Bilhete de Identidade (BI) por parte de alguns munícipes como uma das dificuldades que a Administração Municipal tem encontrado para concluir o processo.
Além disso, avançou que alguns moradores deixam de atender o telefone e recusam-se em receber as novas residências cedidas, alegando incompatibilidades ou injustiças, mesmo estando há mais de 15 anos a sofrerem com as enxurradas.
“Mas a Administração continua a negociar com esses cidadãos, no sentido de se encontrar a melhor solução possível”, disse Madalena Fernando, apelando os moradores das zonas de risco a terem bom senso e colaborarem com a administração.
A intenção, salientou, é concluir o mais rápido possível o processo de realojamento e a própria requalificação, visando o bem-estar das populações.
Segundo apurou-se a maior parte dos desalojados nos arredores das lagoas do “Mabululu” (distrito urbano 11 de Novembro) e do “Tio Kimbundu”, situado no distrito urbano do Kalawenda está a receber casas do tipo T2 (apartamentos).
Orçamento da requalificação
Na ocasião, a responsável sublinhou que para a requalificação da conhecida lagoa do “Tio Kimbundu” (bairro Grafanil) estão previstos 530 milhões 367 mil e 496 kwanzas, tendo sido utilizados já 15 por cento (Kz 79.555.124).
A administradora adjunta não revelou o orçamento definido para a bacia do “Mabululu”, porém, informou que ambas se enquadradam no Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
A empreitada contempla o reperfilamento, desassoreamento, a demolição de algumas residências ao redor da bacia, escavação, aplicação de manilhas e reaterro (terraplanagem/nivelamento das escavações).
Segundo o encarregado geral da construtora, Francisco da Silva, com a conclusão das obras, os moradores deixarão de enfrentar as inundações que perduram há mais de 15 anos, retirando a qualidade de vida à comunidade.
Esclareceu que na lagoa do “Tio Kimbundu” será instalado um sistema de gravidade, que permitirá evacuar e ou drenar as águas pluviais de forma automática, sem transbordar para as residências ao redor.
Já na lagoa do “Mabululu”, avançou Francisco da Silva, o sistema será feito por elevação, através de uma moto-bomba que irá bombear a água para fossos específicos, interligados para as manilhas de drenagem.
De acordo com o encarregado geral da empresa Minuila, a água a ser transportada pelas manilhas das duas lagoas vai desembocar numa vala de drenagem já existente nas proximidades do bairro, afecto ao distrito urbano do Kalawenda, no município do Cazenga.