Marco Galinha (na foto), presidente do conselho de administração da Global Media, tem estado em contactos com diversos “players” angolanos para negociar investimentos na área da comunicação social. A TV Zimbo, a rádio Mais e o jornal O País são os alvos do empresário que controla o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF.
Estes três órgãos de comunicação social angolanos pertenciam ao grupo Media Nova mas, em julho do ano passado, transitaram para a esfera do Estado no âmbito da estratégia delineada por João Lourenço de recuperar investimentos privados feitos com dinheiros públicos.
O grupo Media Nova era detido pelas três mais influentes figuras do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, Manuel Vicente (ex-vice-presidente do país), e os generais Leopoldino Fragoso do Nascimento (“Dino”) e Hélder Vieira Dias e (“Kopelipa”), este último chefe da Casa Militar.
O Governo quer, desde que assumiu estes ativos, libertar-se do encargo que representam, tendo sempre indicado que o objetivo passava pela sua venda.
Neste processo de entrada no mercado angolano, Marco Galinha, segundo fontes contactadas pelo Negócios, poderá aliar-se a um parceiro local.
O cenário que está em cima da mesa é de uma conciliação de interesses com o grupo Ginga Comunicações, recentemente constituído, o qual tem como administradores Hélder Barber, antigo presidente do conselho de administração da Televisão Popular de Angola (TPA), e Pedro Cabral, líder da Rádio Nacional de Angola (RNA).
O grupo Ginga está, aliás, a construir em Luanda um projeto integrado de comunicação. A obra, a cargo da Martifer, tem uma área de construção de 7.200 metros quadrados, à qual acrescem “as respetivas infraestruturas exteriores, campo de jogos e polo técnico”, explicou Pedro Duarte, CEO do grupo de Oliveira da Frades, no início de setembro. A empreitada tem um valor de 19,3 milhões de euros.
Jornal de Negócios