Até meados do mês passado, a pandemia de covid-19 parecia evoluir de forma favorável em Angola, ficando abaixo dos 30 casos por dia, de acordo com os mesmos dados que constam dos boletins estatísticos daquela universidade.
Em 02 de dezembro de 2021, por exemplo, foram identificados 25 casos positivos em 2.313 testes PCR, apontando para uma taxa de positividade de 1%, num dia sem registo de óbitos.
Mas trinta dias depois, o cenário era já completamente diferente. Em 02 de janeiro de 2022, com um número de testes semelhante (1.420, dos quais 142 PCR e 1.278 antigénio) foram diagnosticados 522 casos, o que significa que 37 em cada 100 pessoas testaram positivo, ou seja, 20 vezes mais.
No entanto, o número de óbitos não evoluiu na mesma proporção, fixando-se numa média de 1,4 nos últimos 30 dias, havendo mesmo registo de vários dias consecutivos sem mortes, sendo o dia 27 de dezembro aquele em que se verificou mortalidade mais elevada (7).
Há um ano (02 de janeiro de 2021), ainda sem ter iniciado a vacinação da população, que começou em março, Angola registava uma taxa de positividade de 6,5%, com 40 casos positivos identificados em 618 testes PCR, num dia em que foram também reportados dois óbitos.
Na altura, o país lusófono vivia ainda a sua primeira vaga de covid-19, com 407 óbitos em 17.608 casos identificados.
Atualmente, Angola debate-se com a quarta vaga da doença e as autoridades de saúde confirmaram, na semana passada, a circulação comunitária da variante Ómicron, tida como altamente contagiosa o que estará na origem do avanço galopante do número de infetados, obrigando o país a adotar medidas mais restritivas.
Pela primeira vez, em dezembro, foram atingidos números de infeções com quatro dígitos, chegando aos 1.163 no dia 23, 1.945 no dia 27 e a um recorde de 3.090 casos no dia 28 do mês passado, sem que tal se refletisse num aumento expressivo do número de óbitos.
Já em plena terceira vaga, impulsionada pela variante Delta, cujos primeiros casos foram identificados em Angola em julho, foram registados no país vários dias com mortalidade elevada, atingindo máximos desde o início da pandemia, em 23 de setembro (26 óbitos) e em 01 de outubro (30).
O executivo angolano tem relacionado a vacinação com a diminuição da mortalidade lançando apelos sucessivos à população para que adira às campanhas e para a necessidade de completar o esquema vacinal.
Até domingo, dia 02 de janeiro, Angola somava 82.920 casos de covid-19, dos quais 1.722 resultaram em óbitos e tinha quase 4 milhões de pessoas totalmente vacinadas (12% da população alvo).
Foram administradas até à data 11.488.048 vacinas, das quais 7.803.739 correspondem à primeira dose e 3.999.302 correspondentes à vacinação completa.