Segundo o diretor daquela unidade hospitalar, Fernando Mendes, têm chegado ao hospital doentes de malária extremamente graves, sobretudo crianças.
“Todos os casos chegam graves, são manuseados lá fora, nos postos e por pessoas curiosas, e quando chegam aqui essas pessoas estão muito graves. E com os escassos médicos que temos, acabamos perdendo muitas crianças”, disse Fernando Mendes, em declarações à rádio pública angolana.
Fernando Mendes disse que, nas últimas 24 horas, deram entrada 180 doentes com malária, dos quais 100 ficaram internados, 55 em pediatria e os restantes em serviço de medicina.
O responsável sanitário frisou que, desde o mês passado, o hospital viu agravada a falta de meios para atender os pacientes.
“Agora estamos piores, a partir do mês de janeiro não tivemos cobertura nenhuma. Começamos o dia com o pouco que temos, mas a partir das 12:00 todos que aparecerem nessa altura já não encontram um antimalárico. O hospital está com muitas carências em quase tudo”, realçou.
O diretor queixou-se ainda da falta de ambulância no hospital na última uma semana, sendo a alternativa para a transferência de pacientes “para evitar a morte de doentes”, o recurso aos meios próprios dos familiares, “o que não é normal”.
O município de Cacuaco situa-se a cerca de 30 quilómetros da cidade de Luanda e, segundo as projeções populacionais de 2018 do Instituto Nacional de estatística, conta com uma população de 1,2 milhões de habitantes.
Em Angola, a malária é a principal causa de mortes e internamentos nos hospitais, bem como do grande número de absentismo escolar e laboral.