O julgamento, que decorre no Tribunal Provincial de Luanda, começou no passado dia 18 de novembro de 2021, tendo como arguidos o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, antigo responsável espiritual da IURD em Angola e Moçambique, o bispo angolano António Ferraz, o pastor brasileiro Fernandes Teixeira e o pastor angolano Belo Kifua Miguel, acusados de associação criminosa e branqueamento de capitais.
Em Angola, a IURD está dividida em duas igrejas com o mesmo nome, sendo que ambas alegam ser as legítimas representantes da instituição religiosa fundada por Edir Macedo.
A ala brasileira é encabeçada pelo angolano Alberto Segunda, enquanto a ala reformista angolana, resultante da cisão e cuja direção foi entregue a Valente Bezerra Luís, é atualmente reconhecida como interlocutora pelo Governo angolano.
O caso remonta ao ano de 2019, quando um grupo de pastores angolanos afastou a direção brasileira, com várias acusações, nomeadamente da evasão de divisas, racismo, prática obrigatória de vasectomia, entre outras, todas recusadas pelos missionários da igreja.
Os brasileiros, por seu turno, acusam também os angolanos de atos de xenofobia e agressões.
O conflito ficou marcado também pela tomada à força de templos, em todo o país, pelos bispos angolanos, a justiça angolana decretou o encerramento dos templos, tendo igualmente alguns demissionários sido convidados a abandonar o território nacional.