Em comunicado, o MEA disse que tomou conhecimento da suspensão do professor por via de fontes oficiais, anunciando que nos próximos dias vai realizar “uma manifestação contra tal decisão aniquiladora”.
O professor Diavava Bernardo liderou, em setembro passado, uma marcha de protesto com mais de três centenas de alunos, com idades entre os 8 e 15 anos, de uma escola primária no distrito da estalagem, município de Viana (Luanda), para exigir mais carteiras para aquele estabelecimento escolar.
“Fruto deste ato, o Governo angolano com o seu espírito de ditador, opressor e violador principal do Estado democrático e de direito, instaurou um processo disciplinar que culminou com a suspensão do referido professor”, sublinha a nota.
De acordo com o MEA, a decisão é “ilegal, sem fundamentos jurídico-constitucional”, pelo que a associação “repudia esta decisão e solidariza-se ao professor Diavava, vítima da má governação e inexistência de políticas credíveis para a Educação”.
Os alunos que se manifestavam foram dispersados pela polícia, que deteve o professor que terá também sido agredido, de acordo com relatos de alunos.
Os agentes terão também efetuado disparos, segundo vídeos postos a circular nas redes sociais, embora as autoridades nunca tenham confirmado a informação.
A polícia de Luanda disse, na altura, que o professor estava acusado de organizar uma marcha não autorizada e do crime de danos materiais, avaliados em 1,7 milhões de kwanzas (cerca de 4.000 euros), por terem sido danificadas carteiras.
Em declarações à agência Lusa, o professor disse que a decisão data de 25 de outubro passado e que está suspenso por tempo indeterminado.
Diavava Bernardo disse que recorreu da decisão e aguarda por conclusão do processo, escusando-se a fazer mais comentários sobre o assunto.