Pelo menos três moradores do edifício 41, localizado na Avenida Comandante Valódia, Luanda, estariam no interior do imóvel por altura do desabamento, relatam ex-moradores.
O prédio, que já havia sido evacuado pelas autoridades da capital do país, ruiu na madrugada de hoje (sábado).
Os primeiros levantamentos do corpo de bombeiros apontam para a não existência de qualquer ferido ou morto.
Entretanto, Igor Sousa, sobrinho de um dos ex-moradores, disse à imprensa que saiu do apartamento poucos minutos antes da queda.
Em declarações à imprensa, afirmou que outros três vizinhos (um homem e duas mulheres) estariam dentro das respectivas residências na altura do desabamento, informação não confirmada até agora pelas autoridades.
O mesmo adianta ter entrado no apartamento para retirar alguns documentos, depois de o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) ter ordenado, às 14 horas de sexta-feira, a evacuação do edifício.
A mesma informação é corroborada por Ana dos Santos, moradora de um dos edifícios ao lado, que diz ter visto, antes da queda do prédio 41, pessoas no seu interior.
No entanto, o SPCB não confirma a existência, na altura da ocorrência, de moradores no interior dos apartamentos.
O edifício, situado na Avenida Comandante Valódia, na zona do Kinaxixi, em Luanda, desabou por volta das 2horas, após os moradores terem recebido um alerta de perigo de desabamento do mesmo no início da noite de sexta-feira, 24.
No entanto, o Governo Provincial de Luanda (GPL), num post publicado na sua página no facebook, avança que uma avaliação preliminar do estado do edifício feita pelas autoridades permitiu a evacuação atempada dos moradores, que se encontram alojados numa unidade hoteleira.
Especialista aponta falta de manutenção e alterações estruturais no edifício
O engenheiro de construção civil, Edmundo Sapalalo, apontou, este sábado, a falta de manutenção e alterações que impactaram no tempo de vida útil da estrutura como causas do desabamento do edifício 41, na madrugada deste sábado, na Avenida Comandante Valódia, em Luanda.
O especialista, que falava à imprensa, reforça que o acréscimo de mais um piso e a transformação de apartamentos em escritórios impactaram na queda do edifício.
Edmundo Sapalalo adianta que na passada quinta-feira uma equipa de especialistas acompanhada por técnicos da Administração Municipal de Luanda fez o diagnóstico da estrutura do edifício, tendo, na ocasião, aconselhado a evacuação do mesmo face ao grau de degradação do prédio.
Conforme o especialista, durante a vistoria foram detectadas fissuras acentuadas a nível das paredes, pilares, no terraço, nas lajes e no terraço.
Infelizmente, disse, o representante do proprietário do edifício, o Funinveste, recusou-se em acatar a orientação, alegando terem dados de uma empresa de que não havia necessidade de evacuação dos moradores para uma intervenção mais profunda.