Hélder Silva, nascido na província angolana do Cuanza Sul, em Setembro de 1969, é formado em Electrotecnia pelo Instituto Superior Técnico. E diz ter mais de 30 medalhas recebidas como resultado das suas invenções e inovações. Entre elas está uma recebida em Outubro do ano passado na Alemanha sobre campo magnético, uma sequência da equação do físico britânico Paul Dirac.
“Eu defendo que é possível criar um campo com um só polo, porque nós temos que pedir ajuda a um dos polos para bloquear o outro. Uma corrente residual consegue fazer a superação”, explica. O inventor angolano conclui que um campo magnético tem uma só polaridade ao invés dos polos Norte e Sul. É precisamente com esta descoberta que Hélder Silva se candidata ao Prémio Nobel da Física.
Agora só “falta fazer uma demonstração oficial em Estocolmo, Suécia, para que conste nos registos do Comité Nobel a nossa existência como candidato”, acrescenta.
Sem precisar a data, Hélder Silva diz que a demonstração será feita nos próximos meses e espera contar com o apoio do Estado angolano. “Eu estou a contar muito com apoio do nosso Presidente. Acho que é uma pessoa competente, que nos vai ajudar a fazer a demonstração”, diz.
Antes de partir para Estocolmo, Hélder Silva, que é também representante da Associação Angolana de Inventores e Inovadores em Portugal, vai realizar o experimento em algumas instituições em Angola.
Joel Muxinda, presidente da associação, disse que esta descoberta será igualmente apresentada nos próximos dias na América do Norte. “O que estamos a fazer são apresentações em várias instituições, universidades e feiras, em breve será no Canadá”.
Oficialmente ainda não há qualquer apoio do Estado angolano ou de universidades à candidatura de Hélder Silva. Mas Joel Muxinda tem fé: “E nós pensamos que haverá, porque estamos a falar de um projecto nobre, novo, que tem a ver com a imagem do país.”
Além deste projecto para o Prémio Nobel da Física, a associação desenvolve igualmente outras iniciativas. Joel Leonardo cita algumas: “Temos muitos inventores. Temos projetos ligados ao DNA. Por exemplo, estudos da molécula do DNA. Temos projetos ligados à agricultura, avicultura. Temos estudos ligados a catástrofes naturais que podem servir como alerta. São muitos estudos.”
A questão dos fundos para a investigação científica é motivo de greves em Angola. É o caso do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público. Joel Muxinda diz que ainda há muito caminho a percorrer neste quesito.
“E grande parte deste trabalho de necessidade ligado à área de ciências tem a ver com as poucas finanças que têm sido atribuídas a este setor. Há uma necessidade de se fazer um investimento massivo no sentido de haver mais notoriedade das ciências em Angola”, conclui.