A posição vem expressa na mensagem pastoral apresentada hoje em Luanda pela secretária-geral do CICA, Deolinda Teca, na qual reconhece que a votação do dia 23 de agosto aconteceu "num clima de paz e de tranquilidade".
Contudo, o CICA aconselha que a educação cívica eleitoral seja um processo contínuo em Angola, sem depender dos períodos eleitorais.
O CICA sublinha a necessidade de diálogo permanente entre a CNE e as forças políticas concorrentes, "evitando assim a incubação de insatisfações suscetíveis de promover atmosferas desagradáveis à sã convivência entre os angolanos".
Aos angolanos, a mensagem vai no sentido de serem "embaixadores do perdão e da misericórdia, aceitando e tolerando uns aos outros independentemente das convicções político partidárias de cada um".
"Pois os angolanos estão chamados a viver em paz, sem recurso a discursos e atos violentos, colocando a nação em primeiro lugar e depois os interesses partidários e individuais", disse a secretária-geral do CICA.
Para a juventude, enquanto ator do desenvolvimento de Angola, a igreja aconselhou a "considerar, valorizar e preservar as conquistas históricas" alcançadas com o seu sacrifício e de seus pais.
Relativamente ao desempenho da comunicação social, o CICA disse que reconhece a sua importância nesses processos, apelando por isso que nas próximas eleições "ela melhore e exerça este papel com equidade e isenção".
"Apelamos que no processo preparatório, execução e divulgação dos resultados eleitorais sejam baseados sempre na verdade e justiça", observou a responsável cristã.
Outro apelo vai igualmente para os utilizadores das redes sociais, para que os referidos meios "não sejam transformados em instrumentos de propagar a inimizade entre angolanos", mas sim para que sirvam "para a propagação da paz contínua".
"A igreja continuará a orar e a trabalhar em parceria com todos os atores do bem, comprometidos com a paz, tranquilidade e desenvolvimento sustentável da nossa querida Angola", realçou.
Às forças políticas concorrentes com inquietações sobre o processo, o CICA solicitou que utilizem os instrumentos legais "para dissipar as dúvidas existentes", devendo ser o diálogo a base.
"Tendo sido dissipadas as mesmas, os resultados definitivos devem ser aceites com serenidade e responsabilidade por todos", frisou, desejando que o candidato vencedor das eleições gerais "venha a dirigir a todos os angolanos como presidente eleito, sem colocar de lado cidadãos de outras formações políticas".
Agradeceu ainda a "missão nobre" desempenhada pelos observadores nacionais e internacionais, acrescentando que "Angola vive um momento ímpar da sua história, enquanto aguarda com ansiedade a proclamação nos próximos dias da quarta República, em torno da qual gira uma grande expectativa sobre o que de novo trará para alegria do seu povo".
"O CICA congratula-se com o comportamento dos eleitores, dos agentes eleitorais, das forças da ordem e segurança pública, dos observadores nacionais e internacionais pelo grande exemplo de civismo, maturidade e envolvimento nas tarefas eleitorais durante a votação no dia 23 de agosto", referiu.