A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, apresentou hoje durante a 75.ª sessão do Comité Regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu esta semana, os avanços e desafios do país no combate ao surto de cólera que enfrenta desde janeiro deste ano.
“Estamos diante de um desafio de saúde pública, que exige solidariedade regional, liderança nacional e resiliência comunitária”, disse Sílvia Lutucuta, afirmando que “Angola continua empenhada na implementação do Roteiro Global para a Eliminação da Cólera até 2030, com ações firmes e coordenadas em todo o território”.
Segundo a ministra, a resposta de Angola tem sido marcada por uma atuação célere, coordenada e determinada.
A cólera, que teve como epicentro Luanda, com o registo de 7.015 casos e 222 óbitos, afetou 18 das 21 províncias angolanas, apresentando nas últimas 24 horas o total cumulativo de 27.952 casos e 780 mortes.
“O pico mais crítico ocorreu a 21 de abril com 337 casos notificados em apenas 24 horas”, destacam as autoridades angolanas.
Sílvia Lutucuta frisou que, apesar da gravidade inicial, a situação tem vindo a estabilizar.
“Nos últimos dias, temos registado uma média de apenas 10 casos por dia e um óbito por semana, sinal evidente de que as medidas implementadas estão a surtir efeito”, realçou.
Entre as medidas tomadas pelo Governo para fazer face ao surto destacam-se a mobilização de recursos internos para aquisição de medicamentos, vacinas, testes laboratoriais e materiais essenciais, bem como reforço da vigilância epidemiológica, a distribuição de água potável, promoção de saneamento básico e instalação de centros de tratamento de cólera e pontos de reidratação oral em todas as províncias afetadas.
Angola conseguiu assegurar 3,6 milhões de doses de vacinas, alcançando coberturas superiores a 95% nas áreas mais críticas.
“A luta contra a cólera é uma causa coletiva. África não estará livre desta doença sem que todos os países africanos atinjam a sua eliminação até 2030”, frisou.