"Existe uma questão estritamente jurídica, que decorre da responsabilidade única das autoridades judiciárias. Tudo decorre normalmente, com uma única exceção: não haver visitas ao mais alto nível aos respetivos países", explicou Costa. Ainda assim, frisou, nos encontros informais, as "relações são fraternas e insubstituíveis".
João Lourenço não falou, mas o ministro das relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, mostrou satisfação pela separação do processo que envolve Manuel Vicente, o ex-vice-presidente angolano, da Operação Fizz.
" Manuel Vicente está também em Davos, integrado na comitiva oficial do Chefe de Estado angolano, mas os jornalistas não conseguiram confirmar se o antigo vice-presidente angolano se cruzou com Costa durante a reunião com João Lourenço.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola congratulou-se hoje com a decisão da Justiça portuguesa de separar o processo do ex-vice-Presidente angolano Manuel Vicente, dizendo que corresponde a um passo no sentido desejado pelas autoridades de Luanda.
Manuel Domingos Augusto falava aos jornalistas no final de uma reunião entre o primeiro-ministro português e o Presidente angolano, Manuel Vicente, em Davos, na Suíça, encontro que durou cerca de 40 minutos.
O chefe de Estado angolano delegou no seu ministro dos Negócios Estrangeiros as declarações à comunicação social sobre os resultados da reunião com o primeiro-ministro português.
“Angola nunca interrompeu o diálogo com Portugal”, começou por salientar o responsável máximo da diplomacia angolana, antes de se referir ao processo da Justiça portuguesa contra o ex-vice-Presidente Angolano Manuel Vicente.
“Todos desejamos que o problema venha a ser resolvido o mais breve possível para que a harmonia que tem caraterizado as nossas relações possa ser retomada. Nós, hoje, tivemos a oportunidade de trocar algumas ideias com o primeiro-ministro português e não fugimos à questão que a todos incomoda”, disse.
Manuel Domingos Andrade referiu-se então, neste preciso contexto, à decisão judicial da passada segunda-feira de separar o processo de Manuel Vicente no âmbito da “operação Fizz”
“Tomámos nota da evolução que o processo está a conhecer e reafirmámos a esperança de que haja a muito breve trecho um desfecho que corresponda à vontade dos dois governos, mas também dos povos angolano e português”, declarou.
Segundo ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, a delegação governamental angolana já se encontrava em Davos quando tomou conhecimento do mais recente desenvolvimento no processo judicial.
“Tomámos conhecimento da decisão judicial sobre a separação dos processos. Sem entrar em detalhes técnicos, acreditamos que se trata de um passo no sentido do desejo das autoridades angolanas e – acredito – que também das autoridades portuguesas. Não há razões para que este processo continue a ser uma sombra naquilo que são as relações harmoniosas e altamente desejadas pelos povos dos dois países”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola.