Em comunicado, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola - Sonangol EP lembra que procede à importação de derivados mediante pagamento em divisas, para a venda ao mercado nacional em kwanzas.
Além da dificuldade de acesso às dividas, existe uma elevada dívida dos principais clientes do segmento industrial, que consome cerca de 40% da totalidade do combustível, cuja falta de pagamento condiciona também a disponibilidade de kwanzas para a aquisição de moeda estrangeira.
Por outro lado, verificam-se avarias sistemáticas nos navios de cabotagem e cada perturbação no abastecimento implica um período para a reposição da rotina dos mercados, refere a Sonangol E.P.
Associados a estes fatores, lê-se na nota, verificam-se outros problemas, como o estado técnico das estradas nacionais, que condiciona o abastecimento por esta via, única alternativa para algumas regiões do país, assim como as condições atmosféricas que, em determinados períodos, dificultam a atracação dos navios.
Não obstante a situação, a Sonangol assegura "total e permanente empenho" na regularização dos mercados, garantindo ter já efetuado o pagamento aos fornecedores de produtos importados, estando em processo de descarga" quantidades suficientes para repor as condições de abastecimento".
A empresa refere ainda que foram iniciados os procedimentos para o lançamento do concurso público internacional para renovação da frota de navios.
"Tendo consciência do transtorno causado, a Sonangol, pede ao público em geral que racionalize o uso dos combustíveis, reafirmando o compromisso do retorno à normalidade nos próximos dias", lê-se no documento.
No primeiro trimestre de 2019, o Estado angolano, via Sonangol, desembolsou um valor bruto na ordem dos 221,4 milhões de dólares com a importação de 397,5 mil toneladas métricas de petróleo.
No sábado, em particular em Luanda, registaram-se longas filas junto de praticamente todos os postos de combustíveis.
Segundo a agência noticiosa Angop, na província angolana do Huambo, há cinco dias que a falta de combustíveis está a originar também longas filas nas bombas de gasolina e de gasóleo, com os taxistas a encurtar as rotas e a dobrar o preço habitual da corrida de 100 para 200 kwanzas (de 0,27 para 0,54 euros).
Já em Benguela, a empresa de Produção de Eletricidade (Prodel - E.P) necessita de 450 mil litros diários de gasóleo para assegurar a produção de energia nas diferentes centrais térmicas que alimentam a zona litoral da província (municípios de Benguela, Baía Farta, Catumbela e Lobito), número que, atualmente está a menos de metade, obrigando a paragens frequentes na distribuição.