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Sonangol deve despir-se de negócios fora do seu "cor Bussines"

Post by: 17 Novembro, 2017

A actual direcção do Conselho de Administração da Sonangol, liderada por Carlos Saturnino, além de dar continuidade às políticas de redução dos custos, deve despir-se de uma série de negócios feitos fora do sector petrolífero.

Essa visão foi defendida hoje pelo  especialista em  mercado  energético  e  investigador  da Universidade  Católica de  Angola, José  de Oliveira, em  declarações à Rádio Nacional de Angola, a propósito da exoneração antiga gestão, liderada por Isabel dos Santos, e a nomeação pelo Presidente da República, João Lourenço, do novo conselho de administração da Sonangol.

“A nova administração  da  Sonangol  tem de continuar com a tarefa de reduzir os custos. A  Sonangol  deve ser  despida de toda  série  de negócios  que nada tem a ver  com  os petróleos”,  desafiou  José  de Oliveira  à nova direcção.

José de Oliveira lembrou que o plano de reestruturação  da Sonangol  já  tinha  uma  política  aprovada  para  o  efeito,  mas pessoalmente,  discorda  com  uma parte deste  programa  que  diz  respeito à criação  de uma Agência  de Petróleos.

Quanto  a este aspecto,  disse discordar pelo facto  do mesmo  plano prever  tirar  tudo  que é  negócio à  Sonangol  Concessionária E.P.

Acrescentou que  o mesmo plano  de reestruturação prevê medidas concessionárias  que fiquem com  a Sonangol, por questões  contratuais.

De  acordo com o especialista,  se  for retirada a função de Concessionária à  Sonangol,  Angola  terá de renegociar contratos,  que seria  muito  negativo no actual  contexto.

“ É  negativo  porque  o mercado mundial  está  em  desequilíbrio, visto que  uma  das partes  tem  mais  força   para  negociar”,  justificou, sustentando que Angola  não está  numa  fase  do mercado internacional em equilíbrio, o que  para si, seria muito  arriscado  negociar  tais contratos.

Quanto à  antiga   administração,  José de Oliveira  considera  que “ falhas  cruciais”  ditaram as  mudanças  que se registartam na gestão  da  Sonangol.

 A perda  do foco  da  empresa, como  Concessionária Nacional,  foi uma das falhas mais  “graves”  da  administração anterior a de Isabel dos Santos, segundo  o  especialista.

 Apontou, de igual modo,   como  falhas a  falta  de negociações  em  questões  ligadas ao sector e o uso  de medidas “musculadas” para  a resolução  de  diferendos  com as petrolíferas.

Segundo  disse,  “durante  um ano  e  seis meses  a Concessionária   não funcionava, e assim só provaram   que  administração  se submetia  a redução de custos”.

No  seu ponto de vista,  a  anterior  administração  batia-se  muito  com as  petrolíferas e não conseguiu  dar  ao  negociar aspectos  que se  relacionavam com a actividade.

Outro  erro apontado por José  de Oliveira e considerado “grave”  é o facto  da  antiga administração  impor-se perante às  companhias petrolíferas, quando tinha  de  primar pela negociação.

“A antiga administração tinha um comportamento com as  companhias que investiram  centenas  de  milhões de dólares em Angola de tentar  impor e não negociar”,  lamentou  José  de Oliveira, acrescentando  ter sido uma  atitude que  criou  um impacto  negativo para  a  indústria  petrolífera  além fronteira.

Na tomada de posse dos novos  membros da administração da Sonangol, o  Presidente da República, João Lourenço, defendeu, nesta quinta-feira,  a implementação de uma estratégia que permita refinar internamente os produtos derivados do petróleo.

A estratégia visa evitar que Angola dependa consideravelmente da importação de produtos refinados derivados do petróleo.

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