Organizada pela União dos Activistas das 18 Províncias de Angola, a marcha iniciou-se na zona do Tanque do Cazenga e terminou nos arredores da Administração Municipal.
Na base da contestação esteve a falta de água potável e de saneamento básico, a deficiente iluminação pública e os elevados índices de criminalidade no Cazenga.
No centro dos protestos esteve igualmente a má condição técnica de algumas infra-estruturas sanitárias e escolares, com destaque para a Escola Angola e Cuba, que se encontra encerrada há mais de dois anos, por problemas graves na estrutura.
Durante quase duas horas, os manifestantes exibiram cartazes a reivindicar melhorias nos serviços básicos e afirmaram faltar políticas eficientes para requalificar o Cazenga, melhorar a condição das estradas, evitar o lixo e os charcos em tempo chuvoso.
"Tany Fora", "Cazenga não é só Tala Hady", "Queremos luz, água, saúde e educação" foram algumas das palavras de ordem proferidas pelos manifestantes e exibidas em dezenas de cartazes, maioritariamente por jovens e adolescentes.
"Estamos aqui para reclamar da má gestão da administração. O município tem ruas intransitáveis, obras inacabadas, como o Hospital Comunal do Hoji Ya Henda, Asa-Branca e a Escola Angola e Cuba", expressou o porta-voz da marcha, Escoval França.
Anunciou que manifestações do género vão ocorrer uma vez por mês e felicitou, por outro lado, a Polícia Nacional por ter assegurado a actividade, sem qualquer incidente.
Munícipes apoiam saída
A respeito da marcha, a Angop ouviu munícipes do Cazenga que consideraram "mau" o desempenho do administrador local, em relação à resolução dos problemas básicos.
É o caso do presidente da comissão de bairro (sector 44), Distrito Urbano do Hoji Ya Henda, Tadeu Sangusangu, segundo o qual a administração municipal não consegue resolver os grandes problemas que inquietam as comunidades locais.
O mesmo ponto de vista é defendido por Mateus Gaspar, Judith Vula, Isabel Caetano, João Domingos e Mateus Simão, para os quais só a saída do administrador permitirá acabar com os buracos nas vias, as águas paradas, melhorar a iluminação e combater a delinquência.
Administrador promete melhorias
Já o administrador Victor Nataniel Narciso disse encarar com normalidade a manifestação, sublinhando que se considera à altura de continuar a gerir o município.
O gestor disse ser preciso um trabalho comum para resolver todos os problemas e prometeu continuar a buscar soluções, para requalificar o Cazenga.