De acordo com o documento hoje divulgado em Ahmedabad, na Índia, a economia angolana reduziu o crescimento para 1,1% no ano passado devido "a um abrandamento na economia não petrolífera num contexto em que os setores industrial, da construção e dos serviços ajustaram-se aos cortes no consumo privado e no investimento público".
Não fazendo menção aos números oficiais do Instituto Nacional de Estatística de Angola, que divulgou uma contração de 4,7% em média nos primeiros nove meses do ano passado, o relatório do Banco Africano para o Desenvolvimento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e das Nações Unidas diz que o abrandamento económico mostra a necessidade de reformas.
"Isto sublinhou a necessidade de atacar de forma mais significativa a dependência do petróleo, diversificar a economia e reduzir as vulnerabilidades", pode ler-se no documento, que aponta para o aumento da despesa e as melhores condições de comércio como os motores da aceleração do crescimento para este e o próximo ano.
O Governo angolano, dizem os analistas, "tomou medidas para mitigar o impacto do choque petrolífero na economia", exemplificando com a racionalização da despesa pública, a eliminação dos subsídios aos combustíveis e a acomodação da desvalorização da moeda nacional.
No entanto, acrescentam, é preciso "medidas adicionais de política económica para estabilizar as condições macroeconómicas, melhorar a distribuição equitativa da riqueza e fornecer melhores serviços".
Para isto, as prioridades do Executivo angolano têm de passar pelo "aumento do investimento em capital humano, aceleração da diversificação económica e redução das vulnerabilidades económicas".
LUSA