Polícia angolana deteve suspeitos de causarem ‘apagão’ que afetou 300 mil famílias

Post by: 18 Dezembro, 2025

A Polícia angolana deteve três suspeitos de vandalizarem torres de transporte de energia elétrica, causando um ‘apagão’ que afetou cerca de 300 mil famílias nas províncias do Cuanza Sul e Benguela, anunciou hoje o porta-voz deste órgão.

Em causa está a vandalização de cinco torres de alta tensão, através da remoção de parafusos e cantoneiras, que deixaram às escuras estas duas províncias, tendo sido já reposto o fornecimento de energia elétrica.

Segundo o porta-voz do comando-geral da Polícia Nacional de Angola, subcomissário Mateus Rodrigues, os três suspeitos foram detidos na província do Cuanza Sul e a investigação prossegue, considerando que “provavelmente há mais indivíduos”.

“Nós estamos diante de um problema social, não estamos diante de uma situação que se resolva com medidas de polícia, porque as medidas de polícia acontecem todos os dias, estamos diante de um problema que carece de intervenção multidisciplinar e multissetorial”, referiu Mateus Rodrigues quando participava hoje num programa da rádio pública angolana.

Por sua vez, o responsável pela comunicação da ENDE — Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade, Wilson Haukelo, referiu que de janeiro até agora foram registados 113 atos de vandalismo.

“Atuam nos armários de distribuição, cabos de baixa tensão, postes de transformação, cabos de média tensão como de alta tensão. Todos nós precisamos de olhar isso com alguma preocupação, agora é um registo que afetou mais de 300 mil famílias em duas províncias”, salientou.

De acordo com a ENDE, só em novembro foram registadas várias ocorrências vandalismo de alta e média tensão nas províncias do Bengo, Benguela, Luanda e Cunene.

Há vários anos, Angola é confrontada com o fenómeno da vandalização de bens públicos, que tem afetado os setores da água, energia, com o furto de cabos, de parafusos, cantoneiras, tampas de sarjetas, entre outros, que alegadamente sustentam o negócio da venda a peso de material ferroso, causando avultados prejuízos ao Estado angolano.

Sobre estes atos de vandalismo, o ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, defendeu a necessidade de se olhar para os pontos de destino destas peças metálicas, que são tão importantes para o fornecimento de energia.

“Sem dúvida que elas têm estado a ser canalizadas para as chamadas casas de peso. Se quisermos de facto resolver o problema temos que começar por estes pontos de destino desse equipamento”, realçou.

Este ano, a Assembleia Nacional aprovou a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, cuja pena máxima atinge os 25 anos de prisão.

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