“O acordo com o FMI vai aliviar as pressões de liquidez na economia angolana a curto prazo e vai enviar um forte sinal sobre a estabilidade política daqui para a frente”, disseram os analistas numa resposta enviada à Lusa, na qual perspetivam que a economia possa crescer 1,9% este ano, depois de ter terminado 2018 novamente em recessão.
“A diversificação da economia, combinada com os esforços para atrair investimento privado quer no setor petrolífero, quer nos restantes, continua necessária para colocar a economia numa trajetória de crescimento sustentável, mas as medidas e remédios de curto prazo deverão ter um efeito mais pronunciado que o antecipado”, escrevem os analistas, acrescentando que, “por conseguinte, a IHS Markit considera que o PIB de Angola pode recuperar para os 1,9% projetados para 2019”.
O Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility — EFF), que surge depois do acordo negociado pelo executivo angolano e o FMI em 2008, visa fundamentalmente a consolidação do ajustamento orçamental.
O programa de assistência financeira, que ficou aquém dos 4.500 milhões de dólares que chegou a ser apontado pelo governo angolano, foca-se na sustentabilidade fiscal, na redução da inflação, na promoção de um regime cambial mais flexível, na estabilidade do setor financeiro, mas também na “promoção do desenvolvimento humano, na reforma do setor público, na diversificação e no crescimento inclusivo”, explicou o diretor adjunto do FMI, Tao Zhang, numa nota divulgada no princípio de dezembro por aquela organização.