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BNA garante que clientes dos encerrados bancos Mais e Postal vão reaver fundos

Post by: 11 Janeiro, 2019

O Banco Nacional de Angola (BNA) garantiu hoje em comunicado que os clientes dos bancos angolanos Mais e Postal, cujas licenças de operação foram revogadas no dia 04, vão poder reaver os fundos neles depositados.

No documento, o banco central angolano indica que, entre segunda e quinta-feira próximas, os clientes poderão, através da Rede Multicaixa (o multibanco em Angola), levantar os seus fundos depositados nos dois bancos ou transferi-los para outras instituições financeiras bancárias por si escolhidas.

Segundo o BNA, os dois bancos abrirão ao público várias agências bancárias dentro do horário normal de expediente, para que os clientes possam realizar as operações, nomeadamente o levantamento de numerário e/ou transferência dos respetivos saldos para outras instituições bancárias.

A decisão tomada hoje pelo BNA surge na sequência das providências cautelares não especificadas interpostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com vista a acautelar os interesses dos depositantes do Banco Mais, S.A. e do Banco Postal, S.A, em função da revogação pelo banco central da licença dos dois bancos.

A decisão tem também em conta que o Tribunal Provincial de Luanda, ao dar provimento às providências cautelares mencionadas, nomeou o Banco Nacional de Angola como fiel depositário, incumbindo-o, entre outras, da responsabilidade de acautelar os interesses dos depositantes.

As duas instituições bancárias viram as suas licenças revogadas pelo BNA, depois de não terem cumprido o aviso n.º 2/2018, que obrigava ao aumento do capital social de 2,5 mil milhões para 7,5 mil milhões de kwanzas (de sete milhões para 21 milhões de euros ao câmbio de hoje) até 31 de dezembro de 2018.

O encerramento compulsivo dos dois bancos privados foi decidido, assim, por insuficiência de capital social, pelo que foram revogadas as respetivas licenças bancárias e requerida a declaração de falência para ambos.

De acordo com informações anteriores divulgadas pela imprensa angolana, Eduane Danilo dos Santos, filho do ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, é sócio do Banco Postal de Angola, enquanto José Filomeno dos Santos, outro dos filhos do ex-Presidente, é apontado como tendo interesses no Banco Mais, anteriormente designado por Banco Pungo Andongo.

Na informação do passado dia 04, o banco central recordou que o prazo de adequação ao novo capital social e fundos próprios regulamentares para o funcionamento das instituições financeiras bancárias terminou em 31 de dezembro de 2018, conforme definido em fevereiro do mesmo ano.

O Banco Postal de Angola completou em setembro último dois anos de atividade, tendo iniciado com um capital social que rondava os 2.500 milhões de kwanzas (13,5 milhões de euros, à taxa de câmbio de então).

Contudo, em setembro, aquando do segundo aniversário, o Banco Postal de Angola anunciou que já tinha cumprido com os pressupostos do BNA, ao elevar o seu capital social "em pouco mais de 10.500 milhões de kwanzas (29,7 milhões de euros, à taxa de câmbio atual)".

"Visto em números, o futuro para o Banco Postal é, de facto, uma certeza", afirmava então a instituição, em comunicado, referindo possuir então 676 milhões de kwanzas (1,9 milhões de euros) em depósitos e 107 milhões de kwanzas (300 mil euros) em créditos, além de 1.556 clientes, dos quais "grande parte são empresas".

Já o presidente da comissão executiva do Banco Mais, José Barberi, anunciou anteriormente que os acionistas tinham realizado, em 2017, um aumento de capital e que então definiram um "plano de ação estratégica ousado".

No entanto, não são conhecidas, publicamente, as contas oficiais do Banco Mais.

Na nota hoje divulgada, o BNA informa ainda que o processo de devolução e/ou transferência dos depósitos dos clientes desses bancos prosseguirá até 31 de janeiro e recomenda a todos que "mantenham a serenidade e não se precipitem" numa correria às duas instituições bancárias.

Depois de ver revogada a sua licença, os acionistas do Banco Postal vieram a público negar que estivessem em situação de falência e declararam que a instituição tinha robustez financeira para continuar a operar no mercado.

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