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Preço de uma nota de 100 dólares nas ruas de Luanda volta a subir e chega aos 39.000 kwanzas

Post by: 08 Junho, 2017

O preço para comprar uma nota de 100 de dólares norte-americano nas ruas de Luanda subiu ligeiramente ao longo da última semana, chegando hoje aos 39.000 kwanzas, conforme ronda feita pela agência Lusa no mercado informal da capital angolana.

Depois de algumas descidas mais acentuadas entre março e abril, desde maio que cada nota de 100 dólares norte-americano é vendida, segundo a cotação de rua, ilegal, mas também indicativa para vários setores de atividade, entre os 37.000 e os 39.000 kwanzas.

Na segunda quinzena de março, cada dólar chegou a ser vendido pelas ‘kinguilas’ de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, a 34.000 kwanzas, que foram então mínimos do ano.

Hoje só foi possível encontrar em Luanda nota de 100 dólares a ser vendido entre os 38.000 e os 39.000 kwanzas, em todos os bairros de referência da capital, como São Paulo, Mutamba e Mártires de Kifangondo ou Marçal.

Esta subida ligeira do valor do dólar norte-americano no mercado informal está no entanto a ser contida pela forte restrição que o banco central está a fazer à quantidade de moeda nacional em circulação física, o que valoriza o kwanza angolano.

Ainda assim, estes valores na cotação informal contrastam com o pico de 50.000 kwanzas  por cada nota de 100 dólares dos primeiros dias de janeiro.

Atualmente, mantêm-se as limitações no acesso a divisas nos bancos, inclusive nas contas em moeda estrangeira, situação que torna a venda paralela, para muitos nacionais e estrangeiros, a única forma de aceder a dólares ou euros em Angola.

A taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA) cifra-se há mais de um ano em cerca de 166 kwanzas (90 cêntimos de euro) por cada dólar, quando antes do início da crise provocada pela quebra das receitas com a exportação do petróleo, ainda em 2014, era de 100 kwanzas (55 cêntimos).

A atividade das ‘kinguilas’ foi condenada em abril pelo governador do BNA, que advogou o seu fim.

“Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro; não podemos ter o nível de uso de notas que temos estado a ter”, justificou Valter Filipe.

As taxas de rua já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho, depois de máximos de 630 kwanzas em junho, face à falta de dólares nos bancos.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, tendo desvalorizado o kwanza, face ao dólar, em 23,4% em 2015 e mais 18,4% ainda no primeiro semestre de 2016.

LUSA

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