"O setor dos serviços financeiros e bancários em Angola oferece um considerável potencial de crescimento", escrevem os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings.
Numa análise a esta indústria, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, lê-se que "o país tem uma população relativamente grande e a sua classe média tem um forte crescimento, com as taxas de inclusão financeira a indicarem que a base de consumidores tem grande potencial".
Ainda assim, a Fitch Solutions salienta que há desafios, elencando "os elevados níveis de crédito malparado no setor bancário, uma carteira de produtos pouco diversificada na indústria seguradora e uma falta de capacidade na gestão de ativos e no setor dos investimentos".
A indústria, concluem, "está a trabalhar para lidar com estas questões, esperando-se um crescimento rápido em função de uma base de partida reduzida, mas isto está dependente das tendências económicas em Angola, que a curto prazo, pelo menos, estão expostas a riscos descendentes devido à pandemia de Covid-19".
O setor bancário angolano está a lidar com vários desafios estruturais, entre os quais estão a descida no volume de crédito concedido, que no ano passado caiu 2,5%, e uma taxa elevada de crédito malparado, de dois dígitos, com o setor público a afastar um crescimento mais rápido do setor privado, segundo a Fitch Solutions.
"Neste contexto e com um ritmo moderado de depreciação do kwanza nos próximos trimestres, prevemos um crescimento moderado dos empréstimos este ano, acelerando a partir de 2022", concluem os analistas.