A informação consta do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial entre 17 a 21 de abril, e surge após os 96,7 milhões de euros e 224,2 milhões de euros, nas duas semanas anteriores.
Segundo o documento, consultado pela Lusa, as divisas disponibilizadas - mantêm-se exclusivamente em euros há mais um ano -, em vendas diretas equivalentes a 159,1 milhões de dólares, cobriram novamente as necessidades de divisas do setor petrolífero (17,9 milhões de euros) e operações dos ministérios e organismos do Estado (14,9 milhões de euros), além de operações de diversos setores não identificados (47,4 milhões de euros).
As divisas vendidas pelo BNA incluem a cobertura das operações das Casas de Câmbio (6,3 milhões de euros), das empresas operadores de remessas (6,3 milhões de euros) e de cartões de crédito de marcas internacionais (13,4 milhões de euros), entre outros.
Angola enfrenta desde finais de 2014 uma crise financeira e económica, com a forte quebra das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.
Esta conjuntura levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.
Além disso, devido à suspensão de acordos com bancos estrangeiros para correspondentes bancários para compra de dólares desde 2016, a banca angolana apenas consegue comprar divisas ao BNA, no caso euros, como explicou este mês o governador do banco central.
«Não poderíamos ter o azar de os bancos correspondentes deixarem de fazer operações em euros. E havia este risco. Já perdemos as operações em dólares. Se perdêssemos as operações em euros era uma catástrofe para Angola, porque Angola deixaria de importar medicamentos, alimentação e todos os outros produtos necessários», disse Valter Filipe.
O governador do BNA admitiu que a redução do preço do barril do petróleo em 60%, durante os anos de 2014 e 2015, levou a uma crise económica e financeira com impactos também a nível cambial, com o país a perder as suas reservas internacionais.
Lusa