As estimativas foram avançadas hoje pelo presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, que indicou que Angola tem produzido acima de 1,2 milhões de barris/dia nos últimos 15 dias, tendo produzido em média 1,173 milhões barris desde o início do ano.
O responsável da ANPG falava em Luanda, durante um encontro com jornalistas que assinalou a abertura das Jornadas do Mineiro, onde estiveram presentes os responsáveis dos principais departamentos governamentais ligados ao petróleo, gás e recursos minerais.
Questionado sobre o encaixe financeiro obtido com a venda das participações da Sonangol em oito blocos e cujos vencedores foram selecionados na semana passada, o presidente da petrolífera estatal angolana, Sebastião Gaspar Martins indicou que o valor não está fechado mas devera ficar acima dos 400 mil dólares.
O líder da Sonangol admitiu ainda recorrer a uma nova estratégia para avançar com o projeto da refinaria do Lobito, embora o executivo angolano não tenha ainda encontrado um parceiro.
“Neste momento estamos a ver com que entidades vamos constituir o consórcio e acionista, mas temos a intenção de avançar com o projeto, ainda que com fundos iniciais da Sonangol. A decisão está tomada e esta refinaria vai para a frente”, garantiu.
Gaspar Martins assinalou ainda que o conflito russo tem impacto sobre o processo logístico da Sonangol, sobretudo no que diz respeito à compra de materiais de aço para a refinaria de Cabinda, atualmente em construção, que estão a ser utilizados na indústria da guerra.
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás, Diamantino Azevedo destcou, por outro lado, a forma como a Sonangol se está a adaptar à transição energética sublinhando que a petrolífera angolana esta já envolvida em projetos de energia solar (com as multinacionais italiana Eni e a francesa Total) e de hidrogénio, juntamente com empresas alemãs.
Diamantino Azevedo fez um balanço do seu mandato de quase cinco anos à frente deste ministério, elencando as principais realizações do setor do petróleo e gás, bem como nos recursos minerais.
Angola, um dos principais produtores de diamantes mundiais, começou também a explorar o potencial de outros minerais como lítio, níquel, zinco, nióbio, tântalo e minerais de elementos de terras raras, usados na indústria dos automóveis elétricos.