O decreto presidencial define o quadro de atuação, e o próximo passo, mal seja publicado, será identificar as áreas em que podemos avançar, pode ser governança, social, ou ambiente, mas muito provavelmente procuraremos identificar projetos do setor de energia e água, que num só movimento ajudem a criar energias mais limpas, fontes mais limpas de acesso à eletricidade, e ao mesmo tempo a necessidade de eletrificar zonas que vão criar ambiente para o setor privado vir e fazer a sua parte", disse Vera Daves de Sousa em declarações aos jornalistas, à margem da sua participação nos segundos Encontros das Finanças Públicas - Construir Instituições Fortes e Inclusivas, que decorrem hoje e na sexta-feira em Lisboa.
"Estamos muito inclinados a olhar para o setor de energia e água como um dos elegíveis para avançar", vincou a ministra das Finanças, salientando que a emissão de dívida verde será feita num montante inferior a mil milhões de dólares.
"Eu disse menos de mil milhões de dólares, ainda não está definido nem o valor exato nem o ‘timing’, vai depender das condições de mercado, temos de conciliar esse objetivo com o objetivo da sustentabilidade da dívida, e ir ao mercado num momento em que quase está fechado para as economias emergentes não seria avisado", disse ainda Vera Daves de Sousa.
As emissões de títulos de dívida verde são idas ao mercado financeiro em que o financiamento é destinado a projetos com objetivos de melhorar a governação ou ter objetivos ambientais ou sociais no país a que se destinam, havendo modelos em que o montante dos juros é determinado tendo em conta os resultados dos investimentos.
O encontro começou hoje de manhã com uma intervenção da ministra das Finanças de Angola com o tema “Reforma da Finanças Públicas - o caminho recente e os grandes desafios em Angola”.
Já na sexta-feira, será a vez da antiga ministra das Finanças de Cabo Verde Cristina Duarte abordar o tema “Que caminhos para alinhar as políticas públicas com a transformação do continente?”, antes de o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, apresentar a “Despesa Pública e Responsabilidade Social e Financeira: o caso de Cabo Verde".
Além dos antigos governantes, também o presidente do Tribunal de Contas de Portugal, José Tavares, várias deputadas lusófonas e o presidente da Orango Investment Corporation, o guineense Paulo Gomes, farão intervenções no fórum, que termina na sexta-feira.