De acordo com o Relatório Agregado do Setor Empresarial Público (SEP) em 2023, apresentado hoje pela presidente do conselho de administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), Vera Escórcio, em 2021, oito empresas foram capitalizadas e, em 2022, foram apoiadas 46 para a sua recuperação pós pandemia da covid-19, num montante de 422 mil milhões de kwanzas (416,5 milhões de euros).
Em 2023, apenas oito mereceram um reforço de capital pelo Estado, no montante de 169 mil milhões de kwanzas (166,8 milhões de euros), das quais se destaca a TAAG - Linhas Aéreas de Angola, com 120 mil milhões de kwanzas (118,4 milhões de euros), seguida da Televisão Pública de Angola, da Imprensa Nacional e da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE).
No que se refere à atribuição de subsídios, recursos destinados fundamentalmente ao pagamento de salários de empresas, verificou-se uma quase estabilidade, com o setor da informação a levar mais de 90% dos valores pagos anualmente.
Vera Escórcio salientou que, no período em análise, tiveram resultados líquidos positivos os setores da indústria extrativa, as atividades financeiras, o comércio e a informação e comunicação.
"Todos os demais setores tiveram resultados líquidos negativos em 2023, há aqui, em termos de resultados, a necessidade de nós olharmos para aquilo que são as nossas estruturas de custos, há que melhorar a eficiência em termos de atuação e termos um pouco mais de cuidado naquilo que são as nossas ações do dia-a-dia", disse Vera Escórcio.
O SEP angolano, em 2023, cresceu com a criação de mais uma empresa, a de Águas e Saneamento da província do Cuando Cubango e a entrada para o setor do Banco Standard Bank, por via do processo de recuperação de ativos.
Das 94 empresas que compõem o SEP, 87, das quais 82 ativas e cinco paralisadas, estavam obrigadas a prestar contas, mas apenas 70 reportaram as suas contas de 2023 ao IGAPE, ficando em incumprimento 12, das quais quatro já foram extintas.
Este ano, deu-se início ao processo de extinção e liquidação das empresas paralisadas, "tendo em conta os custos excessivos de manutenção" mesmo não tendo atividade, realçou a presidente do IGAPE.