De acordo com o último relatório mensal da OPEP, com dados baseados em fontes secundárias da Organização e compilados hoje pela Lusa, Angola atingiu em abril uma produção diária média de 1,692 milhões de barris de crude, face aos 1,595 milhões de barris do mês anterior.
Trata-se do melhor registo de Angola, em volume produzido, de acordo com dados a partir de fontes secundárias, em quatro meses contabilizados pela OPEP em 2017.
A Nigéria, principal concorrente juntamente com Angola ao topo da liderança da produção petrolífera no continente, viu a produção aumentar em 50,8 mil barris diários, recuperando da quebra no mês anterior, para 1,508 milhões de barris por dia, continuando assim atrás do registo angolano.
A produção na Nigéria tem sido condicionada por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna, sobretudo no primeiro semestre de 2016, com Angola a chegar desde então ao topo dos produtores africanos, por entre algumas oscilações.
O acordo alcançado entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar os preços, obrigou Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 1 de janeiro, para um limite de 1,673 milhões de barris diários. Colocando assim a produção de abril (com recurso a fontes secundárias) acima desse limite diário.
O mesmo relatório da OPEP refere que em termos de "comunicações diretas" à organização, Angola terá produzido 1,651 milhões de barris de petróleo por dia em abril (uma quebra ligeira face a março), enquanto a Nigéria não terá passado os 1,484 milhões de barris diários (mais 273,6 mil barris por dia).
O documento acrescenta igualmente dados sobre as compras de petróleo pela China no mês de março, com Angola a ser dos principais fornecedores, juntamente com a Arábia Saudita e Rússia, os três países com uma quota de 12%.
No caso de Angola, as compras da China passaram de 251 mil barris por dia para 1,1 milhões de barris diários, entre fevereiro e março.
Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.
Em menos de dois anos, o país viu o barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.
Desde o início do ano que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, acima dos 50 dólares por barril.
LUSA