Segundo os dados do banco central angolano, em fevereiro foram colocados no mercado de leilões em divisas à banca comercial em Angola 997,081 milhões de dólares (867,026 milhões de euros), tendo o BNA anunciado que, para este mês, vai disponibilizar moeda estrangeira novamente no valor de 700 milhões de dólares (610 milhões de euros).
O montante, acrescenta o BNA, será efetuado por via de leilões de preço (venda de divisas) e de quantidade ("plafonds" para cartas de crédito), numa frequência diária, para todas as finalidades, incluindo liquidação de cartas de crédito, atendimento as casas de câmbio e operadoras de remessas.
Já em janeiro tinha sido ultrapassado o valor anunciado no início desse mês (igualmente 700 milhões de dólares), tendo o BNA colocado no mercado 941,675 milhões de dólares (818,847 milhões de euros).
Nos primeiros dois meses de 2019, o BNA disponibilizou em moeda estrangeira 1.938,756 milhões de dólares (1.685,874 milhões de euros).
Acabadas as sessões de venda trissemanais de divisas em leilão aos bancos comerciais, iniciadas a 09 de janeiro de 2018, o BNA está desde 01 de novembro do mesmo ano a proceder a operações diárias, tendo, em dezembro colocado no mercado primário 1.450 milhões de dólares (1.260 milhões de euros).
Em setembro de 2018, o BNA anunciou que deixaria de proceder à venda direta de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira voltaram a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados.
Na ocasião, o BNA referiu ter, no âmbito da normalização do funcionamento do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeira nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importadores para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.
Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas diretas permitiu que o banco central angolano tivesse um entendimento mais preciso da metodologia necessária para a proteção das reservas internacionais e emitisse regulamentação e orientações aos bancos comerciais adaptados a esse objetivo.
Com esse sistema, o BNA assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das perceções negativas dos clientes sobre os critérios de seleção dos beneficiários aplicados pelos bancos comerciais.
O BNA entende que, após o período de maior intervenção, com o mercado cambial atualmente melhor regulamentado e com maior regularidade na oferta de moeda estrangeira, estavam criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeira aos seus clientes.
No exercício das suas responsabilidades de supervisor e de autoridade cambial, o BNA comprometeu-se a trabalhar junto das instituições financeiras, para que esta transição seja bem-sucedida e ocorra sem quaisquer impactos negativos na atividade económica do país.