Segundo o mais recente relatório mensal da organização, publicado hoje e que se baseia em fontes secundárias, Angola registou um aumento face aos 1,448 milhões de barris registados em fevereiro, valor revisto em baixa face aos primeiros dados, que apontavam para uma produção diária de 1,457 milhões de barris.
Ainda assim, o ligeiro crescimento da produção petrolífera angolana não afetou a quebra registada pelos 14 países da OPEP, que tiveram uma baixa de 534.000 barris por dia, para 30,022 milhões de barris diários, depois de, em fevereiro, ter alcançado os 30,557 milhões.
A OPEP refere que esta baixa foi condicionada pela quebra da produção na Arábia Saudita (-324.000 barris diários), Venezuela (-289.000 barris diários) e Iraque (-126.000 barris diários).
Os dados apontam que Angola manteve, assim, a posição de segundo maior produtor africano de crude, atrás da Nigéria.
A Nigéria, líder africana na produção petrolífera, viu a sua produção diária aumentar em 11.000 barris de crude, alcançando os 1,733 milhões de barris por dia em março, depois de uma revisão em baixa dos valores de fevereiro, que passaram de 1,731 milhões de barris por dia para 1,723 milhões de barris por dia.
Durante praticamente todo o ano de 2016 e até maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.
A produção na Nigéria foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.
O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 01 de janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.
O último relatório da OPEP refere também que, em termos de "comunicações diretas" à organização, Angola terá produzido 1,373 milhões de barris de petróleo por dia em março.
Os números apresentados pela OPEP com base em dados de fontes secundárias contrariam, desta forma, as "comunicações diretas", no mesmo mês, que apontam para uma diminuição de 50.000 barris diários na produção angolana, face a fevereiro.
Os dados constantes nas "comunicações diretas" não totalizam as variações dos 14 países da OPEP uma vez que nem todos os disponibilizaram.
Ainda assim, os dados cedidos pelos governos venezuelanos e árabes apontam quebras de 472.000 barris diários e 350.000 barris diários, respetivamente, nas suas produções.
A OPEP acertou, em dezembro, em conjunto com outros produtores que não integram a organização, o corte na produção de petróleo.
Os membros da OPEP acordaram cortar a produção em 800.000 barris de petróleo por dia e a Rússia comprometeu-se a uma diminuição idêntica de 200.000 barris por dia, assim como outros países que não a integram.
A medida pretende forçar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado petrolífero, tentando travar a descida de preços registada nos últimos meses.