"A inflação mais elevada e as maiores taxas de juros, bem como a forte redução nos subsídios aos combustíveis desde junho, vai limitar significativamente o crescimento do consumo pessoal e o crescimento da economia não petrolífera", escrevem os analistas num comentário aos últimos dados sobre a inflação.
"Prevemos que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) vá abrandar de 3,3% em 2022 para 1,7%, quando anteriormente prevíamos 2,5% em 2023", escreve o departamento africano da consultora britânica Oxford Economics.
Na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, os analistas apontam que "o impacto favorável do robusto fortalecimento do kwanza no primeiro semestre do ano passado e os preços mais baixos dos alimentos dissiparam-se e a persistente fraqueza da moeda teve um impacto nos preços dos produtos de consumo".
Desde maio, a moeda angolana começou a ter uma forte queda, chegando a bater o recorde oficial de 833 kwanzas por dólar, levando a uma subida dos preços alimentares.
"Para além disto, a redução nos subsídios aos combustíveis também começou a colocar uma pressão ascendente no preço dos transportes, por isso, com base nestes fatores, antevemos que a taxa de inflação vá continuar a subir até aos 16,3% no final de 2023 e que o Banco de Angola vá subir a taxa de juro diretora em 200 pontos base antes do final do ano", concluem os analistas.
A inflação em Angola subiu para 12,1% em julho deste ano face ao período homólogo de 2022, registando também uma aceleração face aos 11,3% registados em junho face ao período homólogo, enquanto a inflação mensal subiu para 1,6% em julho, quando em junho tinha registado uma subida de 1,4% face ao mês anterior.