José Maria Botelho de Vasconcelos, responsável pela pasta do petróleo em Angola, diz que “é essencial” para a economia angolana que os preços do petróleo subam até aos 60 dólares por barril, até ao final do ano.
Atingir a fasquia dos 60 dólares por barril é “extremamente importante” afirma o ministro do petróleo, acrescentando que “temos recebido sinais do mercado de que os preços podem atingir os 60 dólares no final do ano”. A Fitch concorda que Angola precisa de ver uma subida nos preços do crude, mas aponta para os 82 dólares por barril como o preço necessário para equilibrar a economia.
No início da semana, a consultora BMI Research previu cortes na produção de petróleo angolanas para os 1,69 milhões de barris por dia este ano, abaixo dos 1,74 milhões do ano passado.
Apesar de reconhecer a importância do aumento de preços, José Maria Botelho de Vasconcelos diz que é “demasiado cedo” para prever até quando a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deverá manter os cortes na produção. Aponta para novembro como o mês a partir do qual poderá fazer previsões mais concretas.
A economia angolana está dependente em 97% das exportações de petróleo, pelo que se verificou uma estagnação desde 2014, quando os preços da matéria-prima registaram uma quebra acentuada.
Nas recentes eleições angolanas, que decorreram no dia 23 de agosto e elegeram João Lourenço como sucessor de José Eduardo dos Santos, um chavão comum a todos os candidatos era precisamente a redução da dependência da economia do “ouro negro”. Contudo, a BMI Research acredita que Angola vai assistir a uma “política económica largamente inalterada” nas mãos do novo presidente.