“O setor operacional Kivu Sokola 2 do Norte confirma a incursão do RDF (Força de Defesa do Ruanda) em solo congolês. Eles ocuparam seis aldeias e chegaram até 200 metros da estrada nacional número 2”, disse à imprensa o tenente-coronel Guillaume Ndjike, um porta-voz militar.
“Foi após a chegada das FARDC (Forças Armadas da RDC) que estes elementos tiveram de voltar atrás. Esta é a razão da agitação registada hoje de manhã em Kibumba”, acrescentou o oficial.
“Os elementos que fizeram a incursão são de facto identificados como soldados RDF”, insistiu.
O exército congolês afirma também ter recuperado uma arma do exército ruandês e promete remeter a questão para o mecanismo de verificação criado no âmbito da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (ICGLR) para descobrir o “motivo” desta incursão, que também causou atos de “pilhagem”.
As autoridades ruandesas ainda não reagiram aos acontecimentos.
A população foi tomada pelo pânico em Kibumba, onde os pais recolheram apressadamente os seus filhos da escola, depois de ouvirem tiros à distância, segundo a agência AFP.
Grupos de mulheres, homens e especialmente crianças com uniformes escolares vinham a correr da zona.
O exército congolês remeteu para as próximas horas um relato definitivo do incidente.
A RDC tem uma história contrastada com os seus vizinhos orientais, particularmente com o Ruanda, que acusa de querer desestabilizá-lo. Kigali, por seu lado, culpa a RDC por permitir que o seu território sirva de base de retaguarda para as milícias hostis ao Governo ruandês.
Desde 06 de maio, as províncias do Kivu do Norte (leste) e Ituri (nordeste) foram colocadas pelas autoridades congolesas sob um estado de sítio excecional, numa tentativa de pôr fim aos massacres civis.