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O sentido do quatro de fevereiro num país que aposta na luta contra a corrupção

Post by: 04 February, 2018

O quatro de fevereiro é uma data memorável, reservada pelo sentimento de luta e de renascimento do País. Neste ângulo, a vinda de Sua Excelência Senhor Presidente da República de Angola Digníssimo Dr. João Manuel Gonçalves Lourenço, pagou para Angola o acontecer de uma nova, caracterizada pelo renascimento do angolano no angolano, de Angola em África, por uma pátria contrária ao passado, onde a corrupção é vista como um vírus de prejuízo capital sobre a economia de mercado, sobre o progresso do País, sobre o crescimento individual de cada um de nós angolanos, colocando em causa a imagem do País na óptica internacional e fazendo do fossilismo a palavra fundamental para expuser Angola.

Por João Henrique Rodilson Hungulo

A história de nossa nação, foi marcada por intensos sacrifícios, foi, aliás, necessárias realizações inéditas que clamavam por uma liberdade plenamente patente. A escravidão é uma marca trágica insuportável para toda a humanidade. Porém, mesmo que ela trouxe algum proveito em gesto de civilização da cultura, deixou – a contagiada com memórias profundas de seu trilho alindado com o faro de um açoite e de um sofrimento que nem mesmo o tempo ou as circunstâncias fazem – se por esquecidos.

A ânsia de erigir um destino à luz da liberdade, foi paga com sangue, mártir e suor de nossos pais, ninguém, seja quem seja, nos pode tirar mais, a liberdade que herdamos de nossos ancestrais. Precisamos com este compromisso de pessoas que declaram – se libertas, enaltecer figuras que derramaram o seu sangue na manhã de quatro de Fevereiro, em troca de suas vidas traçaram o destino que hoje Angola vive, os seus exemplos de sacrifício, firmeza e coragem devem ser exuberados por nós em prol de um país continuamente realizado e livre da corrupção.

Quatro de Fevereiro de 1961, marca uma data histórica e heróica através da qual o sacrifício de nossos antepassados, deu início, à luta em prol da libertação do país que a todos nós pertence, foi mediante a tão audaciosa bravura de enfrentar o inexecutável que na manhã de 4 de Fevereiro três grupos de indivíduos munidos de armas brancas pretendiam tomar por assalto a Casa de Reclusão Militar da Polícia de Segurança Pública e as Cadeias Civis de Luanda, esse cenário viria marcar, historicamente, o início da luta armada contra a administração colonial portuguesa ao longo de 13 anos, envolvendo movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné, cujo a emblemática missão era desde logo entregue à homens corajosos e ousados que não temiam pagar as próprias vidas pela liberdade.

Esse tão elevado sentimento de causa colocou por iniciado os movimentos de guerrilhas nas províncias ultramarinas, assim, tem – se a expressar que foi o 4 de Fevereiro, o factor condition cine qua non que deu o sentido de luta que disseminou – se às colónias portuguesas em África, Angola é desde logo, o ponto de partida para a libertação de África da colónia portuguesa, deve desde então, ser hoje o ponto de partida da libertação de África da corrupção, da miséria e do subdesenvolvimento imensurável. 

Numa retrospectiva histórica, cita – se que, na Madrugada de 4 de Fevereiro de 1961, grupos de guerrilheiros angolanos, sob o comando de Neves Bendinha, Paiva Domingos da Silva, Domingos Manuel Mateus e Imperial Santana, num total de duzentos homens, armados com catanas, desencadearam uma série de acções militares na cidade de Luanda.

Nesta ordem de ideias, um desses cenários era caracterizado por uma emboscada montada contra uma patrulha da Polícia Militar Portuguesa, neutralizando os quatro soldados, apoderando-se das suas armas e as munições. Com o objectivo de libertar os presos políticos, assaltaram a Casa da Reclusão Militar, tendo os seus objectivos terem sido mortos solteiros.

Todavia, a vida de um herói é uma oferenda entregue em memória daqueles que viverão à posteriori, neste cenário, os nossos bravos heróis do 4 de Fevereiro mantiveram – se firmes e corajosos como no início, implacavelmente, imperdoavelmente, na luta em prol da libertação do povo angolano, nesta mesma noite foram a cadeia da PIDE, no Bairro de São Paulo e à cadeia da 7ª Esquadra da PSP, onde havia também presos políticos angolanos. Tentaram igualmente ocupar a «Emissora Oficial de Angola», estação de rádio ao serviço da propaganda do Estado Colonial.

A dimensão desse acto heróico, foi caracterizado pela morte de quarenta guerrilheiros, seis agentes da polícia e um cabo do Exército Português, junto da Casa da Reclusão.

No entanto, o âmago da História do 4 de Fevereiro é expressa na entidade de Homens corajosos como ninguém, como a pessoa do Cónego Manuel das Neves, mestiço, nascido no Golungo Alto, a 25 de Janeiro de 1896 e reputado defensor do Nacionalismo Angolano, ou como o Dr Eugénio Ferreira, branco, de raiz portuguesa, casado com uma senhora, mestiça, de famílias angolanas, reputado opositor ao regime salazarista, Maçon, comunista independente e um democrata republicano, que assumiu a nacionalidade angolana, com a Independência de Angola.

Hoje, estamos diante de outros factos heróicos, através dos quais libertaremos o nosso país da avidez corrupta, da crise económica, e de todos os males que invadem a nação angolana e marginalizam o povo, não obstante, chamamos em socorro o passado, para que nos sirva de muleta histórica, permitindo que possamos com a mesma ousadia e coragem expressas no passado pelos nossos antepassados, tendo como líder a alta expressão do Estado Angolano, Excelentíssimo Senhor Presidente da República Dr João Lourenço, faremos face a corrupção massiva que fez bilionários e milionários no palco angolano e na esfera ocidental, ao passo que milhares de angolanos padecem na fome, na pobreza extrema, senão mesmo na miséria implacável, pior que musgos perdidos num ermo, sem eira, nem beira.

Hoje, definitivamente, tem de terminar o tempo das “Histórias” e deve obrigatoriamente começar a “Era da Acção”, marcada pelo reconhecimento de todos nós, Angolanos e autênticos amantes de Angola, destemidos contra a corrupção e a ganância, que fez de Angola a Casa da Mãe Joana, ao passo que milhares de angolanos morriam e padeciam nos hospitais e a educação ainda não atinou a qualidade desejada por todos.

Para que a luta contra a corrupção e a favor do povo, seja um facto, há que reconhecer o papel decisivo do Cónego Manuel das Neves, que, segundo escritos, dissera ao Dr Eugénio Ferreira, algo como, “agora é a nossa vez”, assim como dissera ao Padre Joaquim Pinto de Andrade, “Meu filho, é preciso um grande sobressalto nacional, é preciso organizar um levantamento, um acto espectacular que faça a ruptura com o passado”.

Ainda hoje, sentimos os efeitos provindo de uma corrupção massiva. Como lacunas deixadas pelo passado, observa – se a miséria ininterrupto, que assombra muitos de nossos irmãos, isso nos leva a concluir que, a prática da corrupção edificou no subsolo económico angolano raízes bastante profundas.

Não há dignidade que se expressa na miséria. Não queremos que o destino de nosso país venha subsistir à custa de heróis, mas sim de dirigentes como o General João Lourenço, que põe a dispor a sua própria vida para salvar Angola assaltada nos quatro cantos pela corrupção do Estado.

As guerras explícitas e implícitas, que foram mantidas por interesses externos e sempre estrangeiro, nos deixaram o saldo da morte no corpo, e, o pior, na alma que chora implacavelmente, como enxergas de farrapos perdidos num ermo vazio. Ainda assim, a falta de esperança por um amanhã risonho, vive no olhar de multidões que exuberam Angola.

O colonialismo de nada bom deixou para nós, senão o português que hoje tanto nos une, nos define, nos comunica e nos torna irmãos, a escrita, e a civilização, o que deixou como cicatrizes em Angola é um crime com peso absoluto que lesa a humanidade, e faz – se crer de forma pública, que o mundo, tem uma dívida gigante a pagar para Angola e África, e que esta somente tem o seu preço pago com estímulos que sustentam a evolução de África e, Angola em particular, e na cura de todos os males que aqui vivem, e sem sombra de dúvidas tiveram sua origem no jugo colonial.

É preciso, que as maiores nações, proíbam com força imperativa o fabrico de engenhos como minas pessoais, que deixam na pessoa humana marcas que nem o tempo, nem a felicidade transbordante ultrapassam.

A tragédia da escravatura, obriga – nos a pensar em suas consequências, e a transferir seus efeitos a épocas actuais, em que suas marcas ainda pulam no nosso meio.

É necessário pensarmos em ideias que venham dar ao país um novo rumo, o trabalho sem sonho, torna – se coxo, é necessário que se invista com seriedade na formação do homem, não por uma educação fictícia e que somente viva em papeis retóricos e nada transforma na pessoa do homem, mas, por uma educação séria, que prese pelo conhecimento, uma educação que transforma a escola numa verdadeira oficina de virtudes e sobretudo do saber. É preciso que lutemos de maneira permanente na melhoria da saúde em Angola, que ainda o início da qualidade não vive ao longo do seu alcance, é dos sectores mais frágeis que temos de unir esforços em todos os domínios para vê – lo transformado. Devemos a todo custo colocar em palco o poder da consciência em busca de mecanismos que afastem o país da crise que vive.

Se ontem nos libertamos do jugo colonial, hoje precisamos nos libertar da corrupção, da miséria e do subdesenvolvimento, precisamos mudar de atitude, precisamos fazer da honestidade o mecanismo fundamental para a expressão do trabalho em organismos públicos, precisamos fazer renascer o angolano no Angolano por uma Angola moderna e diferente em todos os domínios, onde a corrupção seja enterrada na terra do exílio e do silêncio para jamais se levantar.

Bem – haja ao renascer de angola e ao quatro de fevereiro!

Last modified on Wednesday, 06 March 2019 21:02

João Kapita é licenciado em Comunicação e Ciências Sociais é Administrador do Canal de Noticias Voz de Angola, escreve sobre os artigos de opinião e da sociedade angolana desde setembro de 2017 é um privilégio de fazer parte do maior site de notícias de Angola

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