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É a última vez que teremos as favas contadas? - Reginaldo Silva

Post by: 06 September, 2017

O que Onofre Santos (OS) deve fazer é ver, quando o processo (ou a procissão?) chegar ao TC, se ao nível das Comissões Provinciais Eleitorais todas as favas, as pretas e as brancas, foram mesmo todas contadas com base nas actas das operações eleitorais (mesas de voto) em confronto com as actas sínteses de cada assembleia de voto. É isto que agora está em causa.

Por Reginaldo Silva

Tal como os "banhos de multidão" o "apuramento provisório" do Speed Gonzalez também já pertence ao passado.

OS pelos vistos já quer saudar o "abade eleito" e entrar na "procissão", sem ainda estarem devidamente contadas todas as favas conforme manda a lei.

OS também se "esquece" que em 2017 em Angola o problema já não é só a eleição do abade medieval que inspirou a sua crónica que está a ser vista aqui pela "plebe" como mais um frete desnecessário, tendo em conta a sua elevada posição de "cavaleiro do reino".

No nosso "convento" o abade é eleito, mas os monges também o são.

Há muitas pessoas como eu, que para além de não gostarem muito ou quase nada de "procissões", estão mais preocupadas com a eleição dos monges do que do próprio abade.

Este seja quem for, não lhe invejo minimamente a sorte, se é que vai ter alguma, num país onde muito poucos saberão exactamente onde é que estão os seus cofres-fortes e quanto é que terão lá dentro entre dívidas e mais dívidas.

O abade que se prepare para tudo, pois vai ver o "diabo a assar sardinhas".

No nosso "convento" alguns de nós acreditam piamente que se o abade estiver reunido/rodeado por um número cada vez mais considerável de monges que pensam diferente dele, muito melhor será para a "procissão nacional".

Os que ainda pensam como o outro cronista, que esta segunda-feira voltou à carga no "nosso Pravda", que o problema é apenas a "gestão da maioria qualificada", só podem estar a olhar para um outro país, porque neste que é governado há 42 anos com a referida supremacia, este problema nunca existiu, porque não é um problema, sendo antes de mais uma condição indispensável e intrínseca da própria governação, de uma governação que só não é declarada imprópria para o consumo nacional por causa da tal "classificada".

Só assim quem nos governa "sabe" governar, o que convenhamos nem mérito chega a ter.

Os resultados desta "sapiência" estão à vista e ainda só nos mostraram a ponta do iceberg, sendo, contudo, esta amostra mais do que suficiente para nos convencer que o "Titanic" precisa urgentemente de um outro rumo, onde o abade tenha necessidade de ouvir mais os conselhos de todos os monges, particularmente daqueles que pensam pela sua cabeça e não têm receio de traduzir em números verdadeiros e abordagens objectivas o país real.

Uma vez mais e depois de tudo quanto de rocambolesco aconteceu em matéria de peripécias na hora da contagem/apuramento dos votos, o país vai sair destas eleições com mais dúvidas do que certezas, quanto aos resultados verdadeiros expressos nas urnas. Para não variar muito a "dieta" anterior.

Com base nos resultados de Luanda, a única certeza que temos nesta altura, é que esta "dieta das favas" pode ter sido a última tão "desequilibrada" que nos é servida por uma "bicéfala" Comissão Nacional Eleitoral que de tão polémica nos seus critérios, acabou por ser vista como mais um dos concorrentes deste pleito que não figurou no boletim de voto.

A partir de agora as eleições vão deixar de ser favas contadas.

Se isto acontecer de facto conforme sempre foi nosso desejo desde que em 1992 fomos chamados pela primeira vez às urnas, já não será nada mau para o futuro deste país e terão valido a pena todos os sapos que mais uma vez fomos forçados a engolir.

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