“Nunca fui chamado para prestar declarações sobre o processo, mas vocês baseiam-se em documentos - digamos - falsos, e publicam. Sem fundamento nenhum”, disse o político à Rádio Nacional de Angola, reagindo ao anúncio de investigações que o envolvem num desvio de cerca de 200 milhões de kwanzas que seriam destinados à aquisição de laboratórios para escolas públicas.
“Nunca fui ouvido”, disse o ex-governador, acrescentando - em meio à insistência do jornalista - que era preciso não esquecer que “a Huíla liderada por mim já ganhou quatro vezes consecutivas as eleições gerais pelo MPLA”.
“Significa que há uma aceitação muito grande da parte da nossa governação e da nossa presença na Huíla”, disse o político, fugindo deliberadamente às questões colocadas pelo jornalista. A Procuradoria Geral da República (PGR) na Huíla revelou estar em curso um processo-crime que indicia o ex-governador João Marcelino Tyipinge. A revelação foi feita pelo subprocurador-geral da República Titular da Província da Huíla, Hernâni Beira Grande, que informou ainda terem sido também indiciados outros suspeitos.
“Existe um processo em curso, mas está em segredo de justiça, uma vez que se encontra na fase de instrução preparatória”, disse, acrescentando que “temos já alguns arguidos detidos, como o ex-delegado provincial das Finanças da Huíla e o ex-director provincial da Educação”.
O subprocurador-geral da República Titular da Província da Huíla disse ainda que a PGR está em posse de 50 processos-crime, com destaque para os sectores da Educação e Saúde.
Estes processos, segundo o magistrado do Ministério Público, envolvem irregularidades na distribuição de merenda escolar.
O magistrado do Ministério Público na província da Huíla indicou que, por causa do processo da merenda escolar, foram notificados 14 administradores municipais para prestarem declarações.