“Essa questão da Igreja Universal aqui é uma questão que afeta o Governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da Igreja”, explicou Hamilton Mourão, em entrevista à Agência Lusa, à margem da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre em Luanda.
“O Governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que aqui o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram”, referiu Mourão.
A IURD em Angola dividiu-se em duas fações, com uma parte, de origem angolana, a contestar a direção brasileira. O Governo angolano acabou por reconhecer a fação angolana como a legítima representante da instituição religiosa no país, levando muitos pastores e bispos brasileiros a saírem de Angola, por falta de renovação dos vistos, e à suspensão da operação da televisão evangélica Record.
Esta divisão interna criou um problema “no plano espiritual”, mas também “no plano político”, reconheceu o vice-Presidente.
Por isso, é preciso procurar “uma pacificação, apesar de não ser um assunto” que envolva diretamente o Governo brasileiro. Trata-se de uma “questão mais privada”, concluiu.